La vie

Sinto-me além do mundo no qual frequento, no entanto, sinto-me aquém do mundo que projeto como ideal para mim, olho constantemente para a vida que me cerca, buscando alma em todos as coisas, assim como um garimpeiro busca por ouro na mina e é certo dizer que tanto ele quanto eu tenhamos falhado.

Não consigo usar as mesmas roupas que os outros usam, não me serve, limitam a ação de abrir os braços, sufocam a medida que busco ar para respirar, tentar respirar novos ares, ainda que todo ar parece o mesmo. Costumo temer o futuro, não pelo incerto, mas, pelo futuro certo que me empurram, como se alguém tivesse tomado o controle de minhas cordas; olho para todos e ninguém olha de volta, não sentem a mesma dor, metade não tem a aptidão para sentir, a outra preferiu seguir com dores mesmo, fazendo coisas que não gostaria de fazer, vivendo uma vida que não gostaria de viver. No final das contas, não consigo não sentir pena deles, mas, eu entendo.

Pode ser que em essência, a vida seja a mesma para todos, infelizmente.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 28/04/2019
Reeditado em 22/09/2020
Código do texto: T6634558
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