Não era uma carta qualquer, aliás, nenhuma carta merece essa classificação, toda carta é sempre um pedaço de nós grudado, através das palavras e sentimentos, em um papel.

Eram cartas manuscritas. Cartas escritas pelo meu ídolo. Letra miudinha. Linda. Guardava-as como verdadeiros tesouros. Mas um dia elas se foram. Ficaram perdidas em algum lugar entre as Parias de Cotovelo e Búzios. Chorei feito criança. Era um patrimônio irrecuperável. Nunca mais leria as cartas escritas por Gonzaguinha. Nunca mais sentiria a ternura de suas palavras. Nunca mais....

Quem encontrou deve ter jogado fora como um papel qualquer, não imaginava o valor daqueles papéis tingidos de beleza e admiração. Não podiam imaginar quantas histórias estavam guardadas ali. Ou talvez tenham sido jogadas no mar pelo vento... não sei, seja lá qual tenha sido o destino de minhas cartas não era o que eu planejara. Queria-as comigo. Guardadas em um lugar onde, sempre que batesse a saudade, eu fosse lá busca-las.
 
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Carta Perdida
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Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 22/04/2019
Reeditado em 22/04/2019
Código do texto: T6629578
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