OS TEMPOS, LUGARES E MODOS DIFERENTES DE VIVER

Rio de Janeiro, Quarta-feira, 19 de Setembro de 2018

É muito difícil tecer comparações entre as gerações. Cada uma delas possui peculiaridades especiais. Talvez a diferença possa ser apurada de acordo com as oportunidades que cada um teve nessas épocas.

Quero acreditar que a garotada que morou e viveu em interiores, tenha tido uma melhor oportunidade de diversão. Pela quantidade de possibilidades em arrumar um jeito para brincar. Não que isso queira dizer que a meninada de um grande centro também não as tivesse tido.

As cidades do interior possuem, por exemplo, rios e lagoas em suas regiões. Também muito espaço verde, muitos sítios, fazendas, etc... Daí que podem proporcionar mil e um modos de diversão para quem vive nelas. Mas diversões muito diferentes daquelas que existem num grande centro.

Nem sei se acho justo todas as mudanças que se deram no mundo, e em nossas vidas, nessas últimas décadas. Muita coisa que se fazia antigamente, hoje estão sendo consideradas como crime. Mas o engraçado é que outras que eram crimes anteriormente, hoje em dia são permissíveis e praticadas livremente. Puro paradoxo.

Quando adolescente, gostava de criar passarinhos e soltar balões. Hoje, as duas diversões são crimes, estabelecidas por leis. Mas cansei de realizar os dois procedimentos. Então, na época de São João, fazia balões de três ou quatro folhas emendadas, o que dava uma altura próxima de três ou quatro metros. E os soltava, nas noites dessa época. Era uma felicidade só, vê-los subindo ao céu, iluminados e coloridos.

Com o tempo, surgiram o que chamaram de baloeiros, pessoas que se juntavam em grandes grupos para soltarem balões enormes, até alimentados por botijões de gás. Isto, talvez, é que tenha saído de controle. E assim vimos tragédias acontecerem.

Mas o interessante é ver que atualmente os controles e aparatos de proteção são mais apurados do que naqueles tempos. As brigadas de incêndio possuem equipamentos antes inexistentes, o que facilita, de certa forma, um melhor controle e combate a incêndios.

Com relação aos passarinhos, cansei de captura-los através de arapucas, que eu mesmo confeccionava, e alçapões acoplados às gaiolas. A região que morei quando criança e até jovem adulto, era fértil em vegetação e fauna, de certo modo. E a molecada também tinha o hábito de usar atiradeira, para abater pássaros. Que me lembro, só utilizei isso uma só vez.

Mas acostumei-me a criar canário belga. E todo ano juntava-os em casal, o que me proporcionava colher filhotes nesse cruzamento. Era uma coisa quase que sublime, ver os filhotes nascerem, crescerem e tornarem-se pássaros canoros. Seus cantos são inigualáveis.

Quem reclamava muito disso era minha mãe, porque sempre sobrava para ela no tocante a trata-los, porque eu trabalhava fora, só dispondo de muito tempo aos finais de semana. Mas nada que ela transformasse numa guerra. Até porque ela também gostava desse mister.

Mas hoje em dia as práticas são muito diferentes de outrora.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 19/09/2018
Reeditado em 19/09/2018
Código do texto: T6452996
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.