O COSTUME DE CURTIR MÚSICA O ADQUIRI DESDE CEDO, ATÉ HOJE.

Rio de Janeiro, Sábado, 15 de Setembro de 2018

Tenho uma certa impressão de ter sido uma criança, e até mesmo um jovem, diferente dos demais da minha geração, porque eu tinha hábitos um tanto quanto diferentes dos demais. Isso não quer dizer me afirmar um excêntrico. De jeito nenhum. Mas fugia da mesmice circunstancial.

Desde criança sempre tive mais consciência da vida do que as demais crianças com as quais convivia. A prova disso é que até mesmo em músicas, o meu gosto era um pouco diferente dos outros.

Por exemplo, com quatorze ou quinze anos, ia para a porta de um bar na estação de Olinda, que era até conhecido como fandango. Isto representa dizer que era um lugar frequentado por gente que naquela época não era bem vista, principalmente certas mulheres.

E como não era permitida a entrada de menores, eu ficava ali, quase na porta, ouvindo as músicas que tocavam lá dentro, naquelas jukeboxes antigas, e em altos volumes. Quase sempre boleros. Então, acostumei-me a ouvir Nelson Gonçalves, Carlos Alberto, Jamelão, Silvinho, dentre muitos deles.

Esse último cantava uma música cujo nome era "Amor Fingido", e era uma das minhas preferidas. E vez ou outra ainda a ouço em casa, porque a possuo em meu acervo fonográfico. Mas gostava de muitas outras. E antes que me esqueça, também curtia bastante as músicas de Anísio Silva, que naquela tempo era o "Roberto Carlos" de hoje.

É importante ressaltar que as músicas daqueles tempos eram muito mais elaboradas do que as atuais. Obedeciam regras rígidas em suas elaborações. Mas também trabalhavam o aspecto sentimental de forma mais profunda, com relatos verdadeiros de experiências pessoais diversas de seus autores.

E já que citei a estação de Olinda, ali perto existia um cinema, que na época, divertidamente, o povo chamava de "poeira", e ali também vivi algumas situações. Uma delas era ficar com um colega próximo à portaria (entrada), conversando como quem não queria nada, esperando o porteiro bobear para que nós pudéssemos passar carona. E fiz isso muitas vezes. Esta era uma das artes que a meninada e/ou juventude fazia, então.

Confesso que chega a doer na alma as lembranças dos meus tempos de guri, jovem e rapaz. Eram. sim, outros tempos. E dos melhores da vida de quem os passou. Sem nenhuma dúvida.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 15/09/2018
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