LITERATURA DE CORDEL: O NORDESTE REVELA SUA LÍRICA TRADIÇÃO...

Literatura de cordel também conhecida no Brasil como folheto, é um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos. Remonta ao século XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de relatos orais, e se mantém uma forma literária popular no Brasil. O nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes em Portugal.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_cordel

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A Xilogravura

http://poemanuel.blogspot.com.br/2009/06/o-cordel-nordestino_09.html

Frequentemente, na elaboração de um cordel, os autores requisitavam o trabalho de um outro artista popular: o xilógrafo - profissional indispensável na confecção das figuras tão típicas das capas dos folhetos. O serviço do xilógrafo persiste até hoje se mantendo a tradição. Mas, encontrar profissionais que entalhem na madeira as tradicionais figuras não é tarefa fácil.

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A história da literatura de cordel começa com o romanceiro do Renascimento, quando se iniciou impressão de relatos tradicionalmente orais feitos pelos trovadores medievais, e desenvolve-se até à Idade Contemporânea. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, chamados de cordéis.1 Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente (1465-1536). Foram os portugueses que introduziram o cordel no Brasil desde o início da colonização.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_cordel

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LUIZ GONZAGA - O REI DO BAIÃO

© Magroalmeida

Hoje acordei saudoso

Do nobre Rei do Baião

Que tanto alegrou o povo

Da cidade e do Sertão

Luiz Gonzaga é o seu nome

E o apelido é Gonzagão

Gonzagão nobre poeta

Da cultura popular

No Brasil de Norte a Sul

Fez sua estrela brilhar

Cantando Xote e Baião

Fez a sanfona falar

Na fazenda Caiçara

Nasceu o Rei do Baião

Cresceu tocando zabumba

Mais tarde acordeão

E pelo país inteiro

Mostrou a dor do Sertão

Numa sala de reboco

Dançou com o seu benzinho

Viu Asa Branca voar

Partindo triste do ninho

Mostrou o flagelo da seca

E dançou Xote de mansinho

Por um amor proibido

Luiz Gonzaga apanhou

Revoltado com os pais

O pé na estrada botou

E sem saber o que fazer

No exército se alistou

O "cabra da peste" Gonzaga

Nordestino arretado

Viajou pelo Brasil

Ainda como soldado

Mas no Rio de Janeiro

O "cabra" ficou encantado

Pediu dispensa da farda

E na zona foi tocar

Solando acordeão

Foi tentando se firmar

Tocando samba e choro

Não saia do lugar

Mas como um soldado bravo

Luiz Gonzaga insistiu

E num programa de calouros

Despontou para o Brasil

Quando a platéia de pé

Empolgada lhe aplaudiu

Aos poucos Luiz Gonzaga

Foi mostrando a Nação

Com talento e humildade

Como se canta Baião

Conquistou ricos e pobres

Na cidade e no sertão

Cantou com desenvoltura

Toada, xaxado e xote

Aboio, chamego e baião

No sudeste, sul e norte

O fole da sua sanfona

Somente calou-se com a morte

No ano oitenta e nove

O Brasil entristeceu

Quando o fole da sanfona

De Gonzaga emudeceu

Naquele dois de agosto

O Rei do Baião morreu

Gonzagão deixou saudades

No coração do Brasil

Naquela manhã de agosto

Quando daqui partiu

Mas seu canto ainda ecoa

Pelo céu azul anil

© Magno R Almeida

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Obra registrada na Biblioteca Nacional

e protegida pela Lei 9610 de 19/02/1998

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Fonte: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=45041#ixzz3DhiBm6mb

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Anônimo25 dezembro, 2008

Codinome Lampião

O meu nome é Virgulino

O lagarto nordestino

Ouça bem o que lhe digo

O cangaço é meu quintal

Meu sobrenome é perigo

Vai logo me dando essas moedas

Vai logo rezando á padre Ciço

Foi com Antônio e Levino

Com meus irmãos eu aprendi

Que no cangaço o homem

Tem que ser macho

No cangaço o homem

Não pode dormir

Leão valente e cangaceiro

Macho de todas as maneiras

Foi assim que eu me apresentei

Na tropa do sinhô Pereira

Vendo o sofrimento de meu povo

Nas mãos do crime eu cai

Na casa da baronesa

De água branca eu bebi

Peguei o bicho pelo pescoço

Prendi Antônio Gurgel

Um frio na espinha desceu pelas costas

Me gelando a boca do céu

Numa agonia de dá dó

Foi dois de uma vez só

Perdi Colchete e Jararaca

Na invasão á Mossoró

O calango escondido

Não aceitou a derrota

Mas tive que esperar

Pois Pernambuco, Paraíba

E Ceará, estavam á me caçar

Atravessei o São Francisco

Com cinco cabras na mão

E foi lá na Bahia

Que eu me levantei do chão

Um certo dia escondido

Na fazenda de um coiteiro

Foi lá que eu encontrei

Meu amor verdadeiro

Só tinha um problema

Era a mulher do sapateiro

Fugiu comigo em nome desse amor

Enchendo meu coração de alegria

Maria Déia, cheia de idéia

Flor nordestina

Na caatinga

Debaixo de um umbuzeiro

Nasceu minha filha Expedita

Lindo anjo vindo do céu

Á iluminar minha vida

Com minhas roupas de Napoleão

Feitas pelas minhas mãos de artesão

Apresentei meu bando e minhas cartucheiras

Ás lentes de Abrão

O meu olho que vazava

Dr: Bragança arrancou

Confesso tive medo

Mas não senti nenhuma dor

Meu destino tava chegando

Senti meu peito sangrar

João Bezerra e Aniceto Rodrigues

Vieram me atocaia

Vi cai Quinta-feira

Vi cai Mergulhão

Vi cai Enedina

De joelho no chão

Vi Moeda e Alecrim

No rabo do foguete

Vi cai Macela

Vi cai Colchete

Antes de dar meu último suspiro

Pensei no meu amor

Onde tá Maria Bonita?

Minha amada

Minha flor

Fui Virgulino Ferreira da Silva

Codinome Lampião

Vivi, amei, e morri

Nos braços do Sertão.

Sandro Kretus

O andarilho da terra do fogo

http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/1346801

http://culturanordestina.blogspot.com.br/2007/09/proseando-sobre-cordel.html

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Cordeis publicados

http://culturanordestina.blogspot.com.br/2008/03/cordeis-publicados.html

Espera-se que ao final das atividades os alunos sejam capazes de:

http://literaturadecordelnordestino.blogspot.com.br/

• Compreender a origem e a história da Literatura de Cordel;

• Identificar os principais autores de cordéis nordestinos, bem como o seu papel na difusão da nossa cultura;

• Compreender as diferentes linguagens culturais da região nordeste;

• Valorizar a cultura nordestina;

• Identificar as diferenças econômicas, sociais e culturais existentes entre os diversos grupos sociais;

• Compreender a importância do trabalho em equipe.

http://culturanordestina.blogspot.com.br/2008/03/cordeis-publicados.html
Enviado por J B Pereira em 29/11/2014
Reeditado em 29/11/2014
Código do texto: T5053083
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