MINHAS MÃOS
Vejo na gênese de minhas mãos a geometria articulada, com linhas e proporções perfeitas, movimentação segura e submissa aos comandos do meu cérebro.
Nelas estão fixados os registros de minha individualidade, indício indelével de minha presença, testemunhos de meus contatos.
Sinto, na aura de minhas mãos, um ignorado potencial de artes, oculto pelo desconhecimento de meu EU superior, inquieto e confinado em busca de extravasão.
Pelo meu lado místico, quando no decolar de meus vôos, a mecânica de minha mente me conduz a planos profundos, creio no poder da cura e sinto a força de minhas mãos como uma luva energética à procura de doação.
As ondulações de meu espírito, vagando em seu variado espectro, fazem de minhas mãos o espelho de meus sentimentos, que em momentos de ódio são a defesa de meus temores e em momentos de amor, são o instrumento de minha paz, de minha ternura, de minha poesia.
Vejo em minhas mãos o leme da realização de minhas abstrações.
José Mattos