A última decisão
Uma hora da manhã de um sábado que deveria ser tão comum quanto qualquer outro. Mas não seria! No auge da sua tentativa de fuga, ele acendera seu último cigarro. Tomado pelo desespero, ele já não mais sabia o que fazer para evitar toda aquela situação. Situação que ele mesmo se colocara; da qual ele tentava, desesperadamente e, sem sucesso algum, escapar. Ele estava dominado; nocauteado. Sentindo o gosto amargo da desilusão. Ele se iludira tanto, que acreditava não haver uma escapatória que fosse. E se houvesse, ele já não saberia para onde ir. Cansados, todos os seus amigos se afastaram, deixando-o ainda mais perdido, completamente desnorteado. Da palavra família, ele já não sabia qual era o real significado. Ele até tentou redescobri-lo, não conseguiu. Em virtude disso, junto à última tragada, veio também sua última respiração, mais ofegante do que o normal. Aquele veneno, naquele copo minúsculo, fora definitivo. De alguma maneira, ele fugira de seus problemas. Apenas não fugia de sua punição. Aquela punição que o acompanharia pelo resto dos tempos. Ao menos, em seu coração, já não restara mais nada. Nenhuma história a ser contada.