Academias, suplementos e outras idiotices

A ditadura da beleza tem, desde os anos 1950, mostrado às pessoas como elas devem se parecer, se vestir, se comportar. Isso não é surpresa nem mistério para ninguém – duvido que alguém que tenha poder de compra tenha escapado dela.

Um fator novo e relevante são as academias. Sim, elas mesmas, as novas donas do corpo, cheias de personal trainers e aparelhos, com pesos e gente “bonita”. Bonita? Sabe-se que, atualmente, o estigma da beleza é o do homem forte, másculo, definido, e decidido; e o da mulher, bumbum empinado, seios fartos, pernas grossas e narizes pequenos. Homens e mulheres tomam, diariamente, toneladas de suplementos alimentares mundo afora. Fisiculturistas, não se ofendam – eu não virei com aquela velha prosa de que suplemento é sinônimo de anabolizante. Mas, algo que faz seu corpo melhorar artificialmente é bom para você?

Seres irracionais como cavalos, tigres, ursos, são “naturalmente” fortes, não por esforço contínuo e repetido, e sim pelo esforço. Um trabalhador rural deve ter preparo físico para aguentar o serviço, similarmente a um operário de fábrica ou outro serviço que exija força física. Eles são saudáveis.

Mas e as pessoas que vão à academia só para ter aquele corpinho dos sonhos, pelo desejo idiota de parecer bonito por fora e ser vazio por dentro? Confesso que sou frequentador de academia, mas não por isso. Frequento academia para manter o colesterol baixo e não desenvolver diabetes e problemas cardíacos no futuro. Essa deveria ser a função das academias – um aparato médico, não estético.