O pobre ou o rico: qual quero ser?
“Pobreza rica e riqueza pobre”, um tema que mexe com nosso íntimo, com nossas lembranças. Muitos de nós, em nossas vidas, nos deparamos com pessoas que não nos trataram muito bem porque nos julgaram pobres de matéria.
Disse Jesus ao consolar os aflitos “os humilhados serão exaltados”.
Recordei-me de momentos difíceis de minha infância pobre de recursos financeiros, porém farta de ensinamentos que ganhei como riqueza para ter a coragem de enfrentar as dificuldades da vida. Minha pobreza não foi de um todo negativa em minha vida e na dos meus. Ela nos ensinou a valorizar as conquistas, ensinou-nos a lutar pelo que almejássemos.
Pergunto-me: Que riqueza eu busco? Crescer espiritual ou financeiramente como pessoa?
Sou da opinião que “é preciso ser pobre de orgulho e rico em humildade”.
É preciso lutar pra ter uma vida financeira melhor, mas isso é o que realmente mais importa?
Há pessoas de boa condição financeira, mas que não tem boa educação. Tratam mal seu semelhante, são esnobes, demasiadamente consumistas, orgulhosas, rancorosas e vingativas; acham que são melhores que os outros porque tem dinheiro. A mídia, inclusive, incentiva atitudes como essas.
Mas também há pessoas pobres de matéria que não se conformam com suas condições de vida e revoltam-se culpando seus pais, o governo ou até mesmo Deus por sua infelicidade em não poder “curtir” a vida como “merecem”.
Nessa época em que vivemos, muitas pessoas estão cada vez mais egocêntricas, invejosas; julga-se e atira-se pedras no outro sem pensar duas vezes, onde cada um parece valer mais pelo que tem de material e não de valores. Os valores de amizade, respeito ao próximo e às diferenças estão sendo cada vez mais subestimados e assim acabo por me preocupar com o mundo que estamos deixando para nossas crianças.
É preciso desenvolver a consciência da colaboração, da solidariedade. Essa verdadeira riqueza não se pode deixar perder. A riqueza do amor que Jesus nos ensinou. Ele nos mostrou como amar e zelar pelo nosso semelhante; Ele não disse que devemos amar o semelhante que possui mais ou menos recursos. Ensinou-nos a amar a todos, independente de riqueza ou pobreza, mas Jesus acolhia especialmente aqueles que eram excluídos, os que eram discriminados, porque sempre foi grande a discriminação ou o descaso com os idosos, as crianças, as mulheres, os pecadores, os pobres e os doentes.
Quem sou eu, sujeito de infinitos defeitos, para me achar melhor que meu próximo só porque tenho condições de usar um perfume ou uma roupa melhor que ele? Quem sou eu para pisar em alguém porque posso pedir comida delivery enquanto meu irmão, sim meu irmão, meu semelhante, conta moedas para comer um pão, que talvez seja seu único alimento do dia.
As tecnologias vão avançando e são ridicularizados aqueles que por qualquer motivo não conseguem acompanhar todos esses avanços.
O que busco afinal? E para que o busco?
Como posso ver na tv uma criança em pele e ossos padecendo de fome e não sentir compaixão?
Como posso continuar destruindo inconsequentemente o planeta, desperdiçando e desvalorizando o que tenho, quando o que desprezo seria a riqueza daquele que nada possui.
E fica as seguintes questões: é mais rico aquele que humilha ou aquele que é humilhado? Quero ser rico ou pobre? Onde está minha verdadeira riqueza?
Não valorizamos o que realmente importa e como diz Willian Shakespeare “sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos”.