CARTA DE UMA ESTAGIARIA
Saudação estimado leitor, é com muita satisfação que lhe escrevo para compartilhar um pouco de minha experiência com a educação, que adquirir durante o período que ministrei aulas no colégio de ensino fundamental.
Confesso que a principio fiquei muito espantada, pois nunca tinha ministrado aulas em ensino regular. Notei que a prática diferencia-se muito da teoria, visto que a todo momento acontece fatos que surpreende o educador.
Percebi também, que mesmo a pratica sendo diferente da teoria, estas estão interligadas, já que na sala de aula é a teoria orienta o professor sobre a maneira mais adequada de se agir em determinadas situações.
É inquietante a quantidades de alunos que tem em uma sala de aula na escola pública sobre a responsabilidade de apenas um professor. São muitos! Com tantos alunos na sala fica difícil educar.
Se ao menos todos aqueles alunos estivessem ali para aprender, aí tudo seria diferente. Mas a maioria está ali, naquele espaço amontoado, abafado e por eles mesmos desasseado, para qualquer coisa menos para aprender. Vão as escolas para namorarem, fazerem novas amizades, brincarem, desfilarem, saírem de casa; não estou dizendo que a escola não seja um lugar de se socializar, pois a socialização é um dos seus objetivos, apenas ressalto que os jovens esquecem-se, que o que os professores tentam ensiná-los será útil para eles no decorrer de suas vidas.
Todos os dias antes de entrar na sala de aula, me pergunto: Como ensinar, a quem não quer aprender?Paro, penso, reflito e nada me vêem a mente. Certo dia em mais um desses meus momentos de contestações, percebi que nunca iria conseguir responder essa perguntar.
Notei que na sala de aula há muitas pessoas que depois de ano sem estudarem tentam retomar os estudos, com elas temos que ter uma atenção especial, temos que buscar o que elas já sabem e trabalhar a partir daí e fazer de tudo para que a aula não seja obsoleta e cansativa.
Naquele ambiente de ensino surgiu-me também outra pergunta: Como fazer com que meus alunos queiram aprender?A resposta que encontrei requer do profissional e da instituição de ensino comprometimento e dedicação: FAZER UMA PONTE ENTRE OS ASSUNTOS ABORDADOS COM A RELIDADE EM QUE VIVEM, USAR O LÚDICO, FAZENDO DA SALA DE AULA NÃO UM AUDITÓRIO, MAS UM LABORATORIO.Essa não é uma formula mágica, ainda mais na atual situação que vivem as escolas publicas de nosso país, falta professores, materiais, respeito e a violência consegue ultrapassar os muros das escolas fazendo que o ambiente se torne tenso.
Quando comecei o estágio pensei que o trabalho seria fácil, tinha habilidades e competências para realiza-los; já havia trabalhado em lugares com um salário menor e por muito mais horas.Nunca imaginei que me depararia com tanta falta de respeito; tem alunos que ignoram sua presença,gritam, te xingam e fazem brincadeiras desrespeitosas.E ainda levamos trabalho para casa, por mais que tenha AC.Quem é professor chega em casa estressado, afônico e as vezes decepcionados.São poucas as vezes que saímos do trabalho com a sensação de dever cumprido.
O que alimenta o educador a continuar na sala de aula é quando percebe-se que tem alunos que querem aprender.Na escola os professores fazem de tudo, são os psicólogos, psiquiatras e pais.Quando os pais são chamados para irem a reuniões, pouquíssimos aparecem.Alguns ainda pede-nos encarecidamente que demos um jeito em seu filho.Conheci muitas pessoas que estavam estudando para ser professores, dessas pessoas a maioria diz que vai terminar o curso, mais não irão atuar na profissão.Vejo que daqui algo tempo as pessoas não quererão ser mais professores por causa do salário e sim por causa dos alunos.
Vida de educador não é fácil!Os problemas que ocorrem na educação hoje, um dia serão resolvidos,porém surgirão outros. Não importa onde tenhamos chegado, continue a caminhar pois pela frente ainda tem muito chão.