Corrupção: Parasitas Universais

“Porém, um deles pôs olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão para a terra e depois para o calor, como que nos dizendo que ali havia ouro”. Este pequeno trecho da carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Dom Manoel vem mostrar que desde o, “descobrimento” desta terra, a corrupção já se fazia real. Todavia, esse fato de corromper não veio de nosso povo, mas sim de outros povos. Como dizia Karl Max, o homem é produto do meio e foi este meio podre que nos contaminou e nos transformou no que somos hoje. Portanto, o problema não é que a nação Brasileira seja mais corrupta que as outras, mas sim, mais conivente com ela.

As suas várias faces e os estereótipos criados pelos brasileiros e pelas mídias internacionais nos levou a crer que o Brasil é o covil da corrupção. Porém, desde a antiguidade essa se faz presente em todos os períodos da história. No Império Romano, os grandes imperadores matavam e corrompiam outros políticos e generais em nome de seus interesses pessoais. Na idade Média à prática era a venda de indulgências e cargos eclesiásticos. Seja em nome de Deus, em nome de reis, da economia ou cultura, a busca pelos benefícios próprios sempre imperaram em nosso mundo.

A grande questão a ser refletida é a impunidade; é está que modifica a corrupção e a transforma em um mal sem fronteiras. No Brasil, corruptos roubam milhões, desviam verbas públicas, fraudam eleições, superfaturam obras e nada acontece. A certeza da impunidade leva a continuação do erro. Prova disso, é o que ocorreu com a deputada Jaqueline Roriz que foi absolvida pelos próprios deputados por 265 votos a 166, depois de receber 50 mil reais em espécie do delator do mensalão do DEM. Falha a justiça que é maleável com os bandidos, falha as leis que são frágeis e insuficientes e falha a sociedade que é hipócrita e pouco faz para acabar com a corrupção. Pois, segundo uma pesquisa realizada pela BBC 96% dos entrevistados afirmaram que a corrupção no país é “muito grave”, mas apesar disso pouco fazemos para tentar mudar esse pragmatismo.

Por fim, apesar de a corrupção ser um mal universal, começa-se a ver em nosso pais o surgimento de uma nova consciência, exemplo disso, foi o que ocorreu no 07 de setembro. As manifestações vêm provar que apesar da maioria da população ainda ser complacente com os erros surge a cada dia uma nova juventude pronta para retirar do poder os parasitas que persistem em destruir nossa nação.