Idealizações
É...idealizações podem ser cruéis. Podem fazer com que percamos nove meses ou até mais que anos de vida. Viver idealizando alguém, alguma situação, seu marido, namorado, amigo...é perder a chance de viver a realidade ao lado desse ser. Idealizar é projetar no outro expectativas que às vezes ele não consegue suprir. É olhar para o outro de forma distorcida, querendo que ele corresponda ao nosso sonho ideal. Porém, esquecemos que o fulano é feito de carne, osso, defeitos, qualidades, medo, dúvida e toda a gama de sentimentos humanos e comuns a todos nós. Idealizar é criar um super-humano, perfeito e sem manchas.
O véu da idealização tem que cair, e, um dia, certamente cai. O vazio, então, se instala. Descobre-se que a pessoa amada não existe. Descobre-se que o objeto amado era pura e simplesmente uma projeção, uma criação falsa que não corresponde à realidade. Amava-se o objeto idealizado, não o real! A pessoa de carne e osso, por sua vez, sempre esteve ali, talvez pedindo para ser vista, e nunca foi. Talvez gritando alto seus defeitos, sem ser ouvida. Pedindo para ser amada, em sua totalidade, e não foi.
Em última instância, a idealização é uma forma de fugir da vivência real da vida. É querer viver a perfeição, é querer impor ao outro que faça parte de um mundo de fantasia. A realidade tem suas dores, dissabores, horrores...mas tudo faz parte da vida. Fugir compensa? Acho que não, senão perdemos também a parte boa do caminho.