Não se iluda.

Aos 15 anos, conheci o rapaz que achei que seria o amor da minha vida! Foi um amor avassalador desde o primeiro instante. Foram dias lindos... Até que chegaram dias estranhos, ele se tranformava drasticamente. Em um dos seus momentos de furia, me disse palavras que ninguem merecia ouvir. O mais interessante, é que em poucos minutos ele retomava o que era, e parecia que nada havia acontecido.

Sempre com um pedido muito sutil de desculpas... Eu sempre perdoei!

Bom, o tempo passou e as coisas ficaram cada vez piores. Ele era absurdamente ciumento, e eu sempre tive muitos amigos. Me lembro que em uma das vezes que ele foi me buscar na escola, eu estava conversando com um dos meus amigos, quando ele em um acesso de loucura me lançou uma bofetada no rosto. A unica reação que tive foi correr... Não sei dizer se foi medo, se foi raiva... A unica coisa que sei é que estava doendo, não na pele... Mas no coração.

E mais uma vez, aquela voz que a minutos atras parecia trevas, se fazia luar. Mais uma vez eu perdoei. Como eu pude achar que ele mudaria? Doce ingênuidade a minha. Quanto mais o tempo passava, mais eu me entristecia. As brigas foram ficando mais frequentes, os arranhões mais profundos e os hematomas mais visiveis.

Me permiti a viver essa vida infeliz por seis longos anos. Sempre me escondendo dos meus pais, meus amigos. Cada dia mais fechada dentro do inferno onde ele tinha me colocado. Eu passei tudo sozinha, tinha medo dele, e vergonha do mundo. Ele me dava soco, chutes, puxão de cabelo,me humilhava... E eu fui tão covarde... Meu Deus, como eu me deixei sofrer dessa forma. Quando eu criei coragem de ir embora, eu corri como nunca havia corrido antes, tive medo que ele me matasse. Fui embora, deixei minha irmã, meus pais, meus amigos... Deixei minha vida!!

Agora tenho 25 anos, e ha 2 anos encontrei um antigo amigo que ha muitos anos não via. Estamos noivos, mas posso dizer que não sou completamente feliz. Ainda carrego em mim feridas que não cicatrizaram. Quando durmo, ainda sonho com ele me batendo, e acordo banhada em suor!

Eu sei que fui covarde, deveria ter gritado pela minha mãe... Mas eu não fiz!Sei que vou carregar esse sentimento para sempre. Peço perdão a todos que de alguma forma se entristeceram com a minha historia...

Att,

Gabriella Lopo

Gabi Lopo
Enviado por Gabi Lopo em 05/04/2011
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