Historieta – Só amando (Capitulo XV)...

No trabalho José agradeceu a ajuda que ela havia dado aos dois e por todo o seu carinho.

_ Tudo bem! Respondeu ela cabisbaixa.

_ O que há?

_ Estou pensando que talvez a gente precise falar com dona Petrolina...

_ Isso vai estragar tudo...

_ Não! Não vai, porque quem vai falar com ela sou eu. Eu vou resolver isso pra vocês, ainda hoje.

_ Isso não vai dar certo...

_ Vai! Você vai ver!

Então o chefe chamou Ana Clara a sua sala interrompendo a conversa dela com José.

Minutos depois Ana Clara saiu sem que José visse e foi até a mansão, assim que foi anunciada dona Petrolina a recebeu em seu escritório.

_ O que a traz aqui, minha filha? Perguntou dona Petrolina.

_ Eu gostaria de falar com a senhora sobre mim e Paulo.

_ Pois não! Sente-se! Pediu ela.

E ambas se acomodaram em confortável sofá e Ana Clara começou dizendo:

_ Eu não namoro seu filho, não estou noiva, nem vou me casar com ele...

_ Por quê?

_ Porque ele não me ama, nem tão pouco vive comigo, mas eu o amo e sei a dor que ele sente, permita-me lhe contar uma história...

_ Hum! Gemeu dona Petrolina.

_ Seu filho não é uma pessoa ruim, e ele ama mesmo... Ana Clara precisou parar para se refazer.

Dona Petrolina interpretou aquelas lágrimas como sendo fruto do amor de Ana Clara por Paulo.

_ Eu tive um tio assim, meu avô mandou matar o rapaz, internou meu tio no manicômio e ele tentou o suicídio, não conseguiu, viveu sozinho, sem emprego, morava no fundo da casa de meu avô como se tivesse uma doença contagiosa, morreu de câncer, mas antes cuidou do pai e ouviu-o pedir perdão por seus atos. A senhora ama seu filho, então o deixe ser feliz, por favor?! Pediu Ana Clara em lágrimas.

_ Não consigo aceitar isso!

_ Por quê? Não é a senhora quem está encarcerada num corpo que não lhe atende as expectativas?

Dona Petrolina nunca tinha parado para pensar, seu coração doía e ela pensava no tamanho do amor daquela moça, então ela a abraçou e não demorou a adentrar no escritório Paulo desesperado achando que sua mãe pudesse fazer algum mal para Ana, mas ficou pasmo ao encontrá-las abraçadas e em lágrimas.

_ O que está acontecendo aqui? Perguntou ele.

_ Meu filho me perdoe, eu te amo e nunca havia pensado em tua dor...

Paulo abraçou a mãe e chorou também.

_ Meu filho se quiser pode viver em paz com esse moço, não vou mais perturbar vocês e se me der um tempo talvez até possa trazê-lo aqui para numa noite jantarmos juntos.

_ Mamãe! Eu te amo e muito obrigada!

_ Agradeça a essa jóia. E esticando a mão segurou a mão de Ana Clara que se levantou e abraçou a ambos.

Quando Ana saiu acompanhada de Paulo, José os esperava na esquina e então seguiram todos para o apartamento.

_ Você vai descer e nos contar o que fez para domar minha mãe? Perguntou Paulo.

_ Nada! Eu apenas lembrei a ela que ela é sua mãe, e que mãe ama seus filhos e deseja a eles toda a felicidade do mundo.

_ Nós amamos você! Disse Paulo segurando o braço dela que estava esticado na janela do fusca.

_ Tchau! Até amanhã.

Ana foi embora, mas sentia seu coração leve e uma paz invadia sua alma.

Muitos amigos do outro plano acompanhavam aquele trabalho de amor, que era o primeiro passo na direção do amor incondicional.

Continua...