Historieta – Só amando (Capitulo XIV)...

Dona Petrolina quis saber a razão do choro de ambos.

_ É que pedi Ana Clara em casamento...

_ E ela? Perguntou Petrolina interrompendo o filho.

_ Ainda não aceitou! Disse Paulo.

_ Por quê? Você não acha meu filho bom o suficiente?

_ Não senhora! Eu apenas me emocionei, pois afinal de contas ele me deixou sozinha no apartamento e veio ficar com a senhora e nem me ligou...

_ Ah! É por isso?

_ Sim! Mas a senhora acha pouco?

_ A culpa é minha, eu estava muito mal e então ele ficou velando-me...

_ Mas a senhora me parece bem!

_ Eu não sabia que vocês já eram tão íntimos assim, por que não me falou filho?

_ Tá vendo ele nem sequer lhe contou sobre mim?

_ Mamãe! A senhora está estragando mais as coisas! Disse Paulo.

_ E então você aceita? Perguntou dona Petrolina ansiosa.

_ Se ele vier comigo agora para o nosso apartamento, sim! Eu aceito!

Paulo pulou de felicidade e a abraçou, rodopiando-a no ar. A resposta era estratégica e bem elaborada.

_ Mas é claro que ele vai! Disse dona Petrolina felicíssima.

E depois continuou:

_ Mas com uma condição...

_ O que?! Perguntou Paulo ansioso e de cara feia.

Então Ana Clara interviu questionando-a:

_ Qual é a condição? Falou ela sorrindo.

_ Que vocês se casem e venham morar aqui comigo, certo?

Ana olhou para Paulo e disse que iriam conversar e que eles pensariam com carinho.

Depois de alguns minutos Ana Clara e Paulo saiam da mansão no fusquinha dela e dona Petrolina ficava cheia de esperança.

Quando Ana Clara se viu longe da casa e com a sua preciosa carga a bordo agradeceu a Deus e falou:

_ Você precisa conversar com sua mãe, pois eu fiquei muito triste ao ler no olhar dela esperança de ter netos, de te ver casado e com família...

_ Mas eu não tenho como e ela não me aceita como sou. Então o que você me sugeri?

_ Que vocês pensem e achem um jeito, adotem uma criança...

_ Você está tirando o saro de mim? Dois homens adotando um bebê no Brasil, tá?

_ Desculpe-me! Disse Ana e começou a chorar.

_ O que foi?

_ É que eu não tinha me dado contas das dificuldades... Eu não sei se suportaria viver assim.

_ Você vive igual a mim...

_ Como?

_ Eu vivo impedido de amar porque estou encarcerado neste corpo e você vive impedida de amar porque a pessoa que você ama, não ama como você.

Ana Clara não respondeu, mas sentiu pena de Paulo, de José e dela mesma.

Depois de deixar Paulo no apartamento foi embora sem falar com José e sem nem se despedir.

Chegou em casa e chorou desesperadamente, sua mãe a consolou e Claudia sentiu compaixão pela dor da irmã e não as perturbou naquele dia.

Continua...