Historieta: A arte de educar... (Capitulo XIV)

No domingo, eles apareceram na hora combinada para a alegria da família de Ana.

Carlinhos foi brincar com Gustavo, Joaquim e Cristina no quarto das brincadeiras, este era um lugar todo lúdico, cheio de jogos, brinquedos, principalmente de montar, era um espaço destinado a aprendizagem, ao treino da coordenação motora, era um espaço de amor acima de tudo.

Dona Augusta quando viu a felicidade do neto naquele espaço virou para o filho e disse:

_ Podíamos fazer um quarto assim lá em casa.

_ É mãe! Pode ser uma ótima idéia.

Ana intrometendo-se na conversa pergunta:

_ Mas quem usará esse quarto?

_ O Carlinhos, claro! Disse a avó.

_ Vou reformular a pergunta: Quem usará o quarto com ele? Vocês não esperam que Carlinhos desperte suas habilidades sozinho, não é?

_ Como assim? Perguntou Armando.

_ Para que uma criança aprenda a brincar é preciso que nós brinquemos com ela, para que aprenda algo é preciso ensinar, reforçar, não dar respostas prontas ensinar eles a pensarem sobre o que perguntaram, é preciso aprender a filosofar com nossos filhos.

Todos riram inclusive Pedro que se juntava ao grupo.

_ Mas qual a razão da visita? Perguntou Ana a Armando.

_ Quando você falou sobre a gestação, isso chamou minha atenção.

_ Por quê? Perguntou Ana sem perceber a aproximação de Gustavo.

_ Porque Carlinhos tem muitos pesadelos, ele sempre acorda aos gritos, nós já o levamos em vários médicos e não sabemos mais o que fazer. Será que você pode nos ajudar?

_ Mamãe a moça do supermercado pode. Disse Gustavo.

_ Que moça?

_ Aquela que eu não beijei! Disse Gustavo e saiu correndo.

Ana ficou a sorriu, pediu licença e foi até o quarto e buscou um cartão com um número de telefone e a inscrição atendo crianças. Providencialmente aquele cartão estava com o nome da médica arranhado.

_ Ela é boa? Perguntou dona Augusta.

_ Eu acredito que sim, pois o Gustavo gostou dela e até quis beijá-la. E isso é um termômetro para mim aqui em casa.

_ Como ele consegue guardar as informações assim? Admirou-se Armando.

_ Do mesmo jeito que nós! Através das emoções, pois a gente só se lembra daquilo que nos toca a fibra emocional.

_ Então ele gostou dela mesmo! Falou Armando.

_ Ele gostou tanto que falou nela por vários dias, dizendo sempre que “Ele não a beijou, mas deveria ter beijado!” Disse Pedro entrando na conversa.

_ Caso deseje eu marco pra vocês e até acompanho dona Augusta numa primeira consulta, podemos até levar os dois para que o Carlinhos não fique com medo. Sugeriu Ana.

_ Que ótima idéia minha filha! Disse dona Augusta entusiasmada.

_ Pode ser na terça qualquer horário de manhã ou a tarde?

_ Sim.

_ Então eu marcarei. Pode ficar tranqüilo Armando, pois eu e dona Augusta daremos conta do recado.

_ Maravilhoso! Muito obrigada.

Passaram então a cozinha, onde duas mesas estavam postas com muitas guloseimas e chás, sucos e frutas, e assim conversaram, riram e comeram de tudo um pouco, pois a anfitriã era exigente e disse:

_ Experimentem esse!

E assim fazia com que comessem um pouquinho de tudo.

E a terça chegou finalmente.

Continua...