Historieta: A arte de educar... (Capitulo XII)

Ligia chegou em casa arrasada e sentou-se no sofá da sala.

_ O que houve minha filha? Perguntou dona Maria ao ver o choro sentido da filha.

_ Hoje encontrei uma velha colega de faculdade, ela estava com o filho no mercado.

_ E daí?

_ Ele tinha síndrome de down também. E era tão esperto...

Ligia foi interrompida pelas lágrimas.

_ Acalme-se, um dia tudo passa!

_ Mãe quando esse remorso vai me deixar? Perguntou ela desesperada.

_ Um dia! Disse a mãe a abraçando.

_ Ela parecia exibir aquele menino com orgulho... Ele sorriu pra mim, falou comigo, e até me agradeceu... Deus está querendo me mostrar o que eu perdi, ou melhor, o que eu joguei fora... Está bem senhor eu já entendi que sou uma pessoa ruim mesmo...

_ Minha filha não fale assim, você errou, tentou reparar mais já era tarde, mas você ajuda outras crianças, ajuda famílias carentes, Deus está vendo tudo isso... No final tudo vai ficar bem. Dona Maria chorava e elevava o pensamento a Deus pedindo por sua filha.

Ligia foi para o quarto e se deitou depois se levantou e pegando uma caixa de papelão envelhecida pelo tempo retirou de dentro dela algumas cartas.

Abriu a carta envelhecida e leu o que estava escrito:

“Ligia, minha querida neste momento não podemos ter um filho, mas quem sabe no futuro quando nos casarmos.”

Disse em voz alta:

_ Você é um babaca! Eu já estava grávida. E voltando a chorar deitou-se novamente.

Ligia havia namorado um jovem lindo, eles formavam um belo casal, ela ficou grávida e ao lhe escrever falando da possibilidade, ele lhe respondeu que mais tarde. Então ela tomou a sua decisão, teve a criança, pois não havia mais tempo hábil para interromper a gravidez.

Depois de nove meses nascerá um menino saudável, mas portador da síndrome de down, razão que a levou a deixá-lo em uma instituição de caridade.

Depois de 15 dias ela e a mãe retornaram a instituição, mas o menino havia sido entregue a uma família que não vivia naquele estado e os dados informados eram falsos, então a criança estava irremediavelmente perdida para ela, ela não desistiu e vivia a buscar o filho.

Encontrar aquele menino significava reacender sua dor, lembrá-la de seu momento de fraqueza, sua covardia diante do desafio.

Continua...