Historieta: A arte de educar... (Capitulo I)
Ana formou-se com méritos em pedagogia, amada e respeitada por seus mestres, estes sempre diziam:
_ O futuro desta jovem será brilhante!
Os anos se passaram e ela se casou com Pedro, logo veio Cristina a filha mais velha, uma menina saudável e muito esperta, em seguida nasceu Joaquim, criança doce e sapeca, e por fim nasceu Gustavo um menino lindo, cujos olhos revelavam a síndrome de Down.
Ana que até então trabalhava em uma escola primária meio período e onde estavam também seus filhos Cristina e Joaquim, deparou-se de repente com uma nova realidade: a necessidade de entender a síndrome e buscando um curso, ouviu um dia um depoimento que a fez repensar a vida e assumir suas responsabilidades diante da maternidade.
Naquele dia Ana havia trabalhado pela manhã e deixado os filhos em casa sobre os cuidados de Patrícia a babá de confiança e amiga da família há anos. Assim que chegou ao curso, ouviu Cláudia falando da síndrome a uma colega e se aproximou para ouvir melhor:
_ Quando minha irmã descobriu que o filho dela tinha a síndrome de Down começou a fazer cursos de forma desenfreiada, não parava mais em casa.
E ao fazer uma pausa foi questionada por Ana que se viu ali representada.
_ O que aconteceu? Desculpe-me a intromissão na conversa de vocês, mas fiquei curiosa para saber o que houve com ela?
_ Tudo bem! Eu te conto. Nesta brincadeira de buscar conhecimento, meu sobrinho foi crescendo e um dia ela o ouviu chamar a babá de “mãe” e teve uma crise de choro incontrolável, que fez com que a levássemos a um psicólogo, que identificou nela também uma síndrome...
_ Qual? Perguntou Ana ansiosa interrompendo Cláudia.
_ A da fuga! Minha irmã estava fugindo de suas responsabilidades e compromissos de educar e amar seu próprio filho. Disse Cláudia.
_ É preciso saber escolher! Ver o que realmente é prioritário afinal de contas conhecimento sem ação não é nada, certo? Disse Paula, agora opinando sobre o assunto.
Ana assistiu à aula sem ouvir uma só palavra do que a professora falava, e antes que a aula terminasse se levantou pediu licença e saiu da sala.
Caminhou pelos corredores com o coração aos pulos e com o cérebro fervilhando de idéias.
Pegou o carro e seguiu direto para casa sem escalas em supermercados, shopping ou qualquer outro lugar.
Continua...