Historieta: Mais uma emoção... (Capitulo II)
O delegado então finalmente ouve a história de seu José.
_ Há muito tempo venho lutando com o vicio de meu filho, mas hoje eu perdi a cabeça, bati nele e o amarrei a cama para que ele não saísse para a rua... Lágrimas embargam a voz de seu José, que agora já está sentado sem as algemas.
Depois de um tempo ele continua.
_ Eu perdi minha companheira há dois anos, e há seis meses descobri que meu filho estava se drogando, então passamos a vigiá-lo e a cercá-lo de carinho, busquei leva-lo comigo nos sábados ao meu serviço e comecei a ensina-lo o oficio de pedreiro... Nova pausa.
_ Mas ele já estava viciado e o dia que não cuidávamos ele fugia e comprava a droga, então tomei uma atitude drástica, passei a fechar a casa e deixa-lo preso dentro de casa, deixava uma cópia da chave com Clara caso acontecesse uma emergência... Nova pausa, novos suspiros.
Então prosseguiu:
_ Mas hoje ele pegou o vídeo-cassete e como não achava por onde sair ele abriu um buraco no forro e destelhou a casa e pulou o muro, mas antes de tudo isso espancou a irmã que tentava impedi-lo de sair de casa... Agora foi a escrivã quem solicitou uma pausa para trocar a folha da máquina e para limpar seus olhos úmidos.
Continuando...
_ Quando cheguei encontrei Clara no estado que o senhor está vendo e tive que sair para buscá-lo caído num beco próximo a praça do bairro, eu o trouxe para casa, dei banho nele e conversei com ele, disse que o amava e ele tentou me bater, foi quando lhe dei duas cintadas e o amarrei na cama, essa foi a primeira vez que bati em meu filho, doeu mais em mim do que nele, mas eu vou conseguir traze-lo de volta ao bom caminho... Disse seu José com um brilho de fé nos olhos.
_ Eu encaminharei esse processo até o juiz e solicitarei que ele o ajude encaminhando seu filho para um tratamento, acredito que essa será a atitude do juiz diante da sua história. História essa confirmada por todos que aqui estão presentes.
O vizinho que havia feito a denuncia se aproximou de seu José e do delegado e pediu desculpas, ao que seu José respondeu:
_ Não se preocupe senhor, afinal de contas se não fosse a sua denuncia talvez eu não conseguisse tratar o meu filho e o delegado prometeu que vai pedir ao juiz para que o meu filho seja tratado.
Seu José estava magoado com a ação da policia que o levara a delegacia daquela forma, mas estava muito feliz com a promessa do delegado e com a possibilidade de ver o filho bem de novo.
O processo foi para a apreciação de um juiz recém empossado para o cumprimento daquele novo estatuto.
Com sede de mostrar serviço leu apenas à parte da denuncia viu as fotos e já tirou suas conclusões.
A data foi marcada, seu José estava esperançoso, no tribunal seis pessoas eram testemunhas daquele momento, dois alunos de direito, um advogado, as meninas e dona Paulina.
Alex estava em outra sala e seu José sentado numa mesa na frente do púlpito, onde se sentaria o juiz.
Continua...