Historieta: O resgate do amor... (Capitulo I)

Dona Solange era uma senhora alegre, muito boa, porém jamais havia freqüentado religião alguma em toda a sua vida.

Ela e o marido formavam um casal apaixonado, dessa união não nasceram filhos, mas eles cultivaram muitas amizades muitas delas já haviam retornado ao encontro do Pai e outras haviam se mudado para longe e foi nesse cenário de afastamento dos amigos que dona Solange foi privada da companhia material do esposo amado.

Seu José havia morrido há dois anos quando dona Solange começara a desanimar da vida, sua alegria estava esvaindo-se, afinal a solidão lhe doía o peito, pois eram mais de 40 anos de união que havia chegado ao fim.

Durante a noite falava em voz alta como se conversasse com o marido ausente e dizia:

_ Bem! Em breve estarei ao seu lado. Sinto tanto a sua ausência.

E depois de alguns minutos continuava:

_ Você deve estar rindo de mim! Por que me deixou para trás?

Parando, chorava a sua saudade.

Relia suas cartas de amor amareladas e envelhecidas pelo tempo e suspirava:

_ Ah! Que saudade de seu afago amoroso. Experimentava sempre ao dizer essa frase um leve arrepio nos pêlos dos braços.

Dia após dia a saudade só lhe apertava o peito. O remexer dos baús cheios de lembranças só a faziam sofrer cada vez mais. Era o amor ausente ao seu olhar, era a dor profunda da solidão.

Nos últimos dias ela já não estava mais fazendo comida e ficava horas e horas pensando no seu amor.

Ali em seu bairro há poucas quadras de distância morava uma família muito devota a Jesus, participantes do grupo de oração da igreja e distribuidores assíduos de folhetins com parte de textos bíblicos importantes.

Enquanto a mãe preparava a janta ou um lanche pai e filho saiam todo os domingos a tarde para distribuir os tais folhetins.

Quando a hora chegava o menino dizia ao pai:

_ Vamos papai salvar algumas almas pra Jesus!

_ Vamos filho!

E então se despediam da mãe e esposa e seguiam para a rua e distribuam de porta em porta e aos transeuntes da via pública.

Rapidamente os folhetins se iam como pequenas gotas de orvalho a banharem os corações aflitos que por ali estavam. E depois de alguns minutos pai e filho retornavam ao lar satisfeitos e felizes pelo trabalho realizado.

O menino era sempre o mais entusiasmado dos dois e ao entregar os folhetins sempre dizia as pessoas não se esqueçam:

_ Jesus ama você e está te esperando!

Essa frase acompanhada de sincero sorriso sempre renovava os ânimos de quem recebia de suas mãos ainda infantis aquele afago divino transcrito no papel e expresso nas palavras de saudação.

A oração é um importante instrumento de renovação do dia-a-dia assim como a renovação promovida a cada dia através de uma leitura edificante.

Em breve os nossos amigos teriam a sua responsabilidade perante o trabalho assumido com Deus: testado!

Continua...