Amor como Medida
O amor é um sentimento muitas vezes estranho, com ele a pessoa pode teoricamente ir a lua ouvir cantigas com os anjos e ao mesmo tempo com ele pode descer nos mais baixos degraus do inferno.
A diferenciação e limites entre céu e inferno, amor e ódio acaba nos tomando em reflexão. Se há limites e há pontos norte e sul que diferenciam os sentimentos, vem-me uma questão, há limite dentro de um próprio sentimento?
Digo que sim e posso até explicar e definir minha opinião, na poesia "Amor na Medida Certa" tentei brincar com esta polaridade e ao mesmo tempo limites dos sentimentos, no caso o enfocado foi o amor, muitas foram as opiniões e ao mesmo tempo perguntas.
Quando digo brincar com estes limites e definir medida para o amor tem seu próprio sentido, seus próprios motivos, pode parecer insano ainda mais definir medida para um sentimento tão grandioso, sim, o amor é um sentimento grande, gigantesco que pensamos a priore não ter limites que possam ser traçados e tracejados por linhas e retas. Muitas vezes para o amor digamos que é infinito e concordo sim com esta teoria, o amor é infinito, eterno e eternizado em cada ação.
Quanta confusão agora foi criada, se o amor é infinito como pode ter medidas??? Você deve estar se perguntando e ao mesmo tempo dizendo que enlouqueci verdadeiramente e no meio das palavras que me perdi diante do óbvio e do simples.
Digo-lhe que não, que não me perdi ou mesmo confundi-me, pois sim, tudo é simples... o amor enquanto sentimento pode ser infinito, pode-se construir belas pontes e ao mesmo tempo ligar lugares inimagináveis a pontos jamais sonhados.
Porém, a medida não é em questão de quantidade de amor e sim da quantidade das consequências que o amor traz, quando ele pode trazer não somente alegrias e sim desventuras.
Na poesia refletida encontramos:
"Hoje eu amo,
Não amo demais...
Não amo menos do que deveria.
Amo tão somente
Na medida certa..."
(Amor na Medida Certa - Rosimeire de Sousa)
O que a poetisa quis dizer neste ponto, esta é a reflexão que deve ser feita, medida de amor? sim, amor na medida certa.
O amor demais é o amor doentio, quando do outro a liberdade queremos destruir, quando não se confia e muito menos se acredita na estabilidade do amor, quando o amor é medroso e se torna uma erva-daninha, um amor trágico e ao mesmo tempo um amor destruidor, pois a pessoa que o sente passa a cada instante minar o relacionamento, acreditando que ama demais, não confia no amor do outro, acredita que somente ela ama e passa a perseguir o outro, cercear suas atitudes, palavras, opiniões, em tudo encontra pontos falhos e a colcha de retalhos que é o relacionamento passa a ter em sua opinião mais pontos perdidos e linhas soltas do que jamais visto.
O amor de menos é o amor que não se importa, é o amor totalmente fútil e sem sentido, é um amor sentido em um momento e no outro já esquecido, é um amor também triste, conflitua-se com o amor demais, se foi amor de um instante pode nem ter sido amor, pode ter sido confundido este sentimento com uma paixão momentânea, infelizmente a tudo muitas vezes se define como amor.
O amor na medida certa é aquele onde o relacionamento é de parceria, e a pessoa que o sente entende que deve ser assim, respeita o outro em sua individualidade, crescimento e aprendizado. O amor na medida certa não cobra, não se assusta, não se amedronta diante de qualquer obstáculo, é um amor compreensivo, intenso, companheiro, é um amor infinito, porém é um amor tranquilo, sereno e respeitável, é acreditar no outro, saber que o outro é especial, é partilha... é um amor onde se preocupa com o outro, enfim é o amor dos sonhos e é o amor na medida certa.