I – O Teólogo e a aluna (os sete dias).

O teólogo foi procurado por uma jovem que queria aprender sobre as verdades bíblicas. O teólogo ficou empolgado com a oportunidade de ensinar aquela jovem a descobrir Deus.

No primeiro dia apresentou a bíblia e suas partes e então perguntou a jovem:

_ Por onde deseja começar?

_ Pela criação! Disse a jovem animada.

_ Pois bem! Deus criou o mundo em sete dias.

_ Então a ciência está errada ao dizer que a Terra se formou em sete eras?

Pego de surpresa pela pergunta o jovem teólogo fez de conta que não havia entendido e perguntou:

_ Como?

_ A ciência prova pelos fósseis e pelas movimentações das placas tectônicas que a Terra passou por sete eras, então por que a teologia teima em considerar um tempo de sete dias com 24 horas cada?

_ Porque está escrito na bíblia!

_ Então a ciência está errada, mesmo com todas as evidencias a seu favor? E lembrando que a contagem das horas veio com o advento do relógio, que surgiu muito tempo depois. E que as traduções da bíblia tiveram que improvisar palavras para definir certos vocábulos, porque se o traduzissem como era não faria sentido em nossa língua. Esses pensamentos por acaso estão equivocados e seria os fósseis um engodo?

O teólogo parou e em prece solicitava uma palavra para a providencia divina, mas nada lhe vinha à tela mental. Então por respeito à argumentação daquela jovem cujos olhos demonstravam a ansiedade pela busca do entendimento ele não usou o velho chavão: “Mistério da fé!”

_ Minha cara vou me esforçar para dar-lhe uma resposta que atenda a complexa questão que se impõe a nossa inteligência, certo? Perguntou ele um tanto ansioso pela resposta.

_ Sim! Voltarei amanhã. Disse a jovem satisfeita com a resposta do teólogo.

A jovem, aprendiz considerou-o um sábio, pois tivera respeito pelas suas ponderações.

O jovem teólogo naquela noite pouco dormiu, pois buscava incessantemente uma resposta inteligente para as ponderações daquela jovem. Leu vários livros, leu o texto bíblico e no dia seguinte resolveu questionar a própria jovem sobre suas idéias sobre o ponto proposto.

_ Minha cara diga-me qual seria a resposta, mas conveniente a sua questão?

_ A das sete eras.

_ Por quê?

_ Porque isso em nada diminuiria Deus e solucionaria o conflito da ciência e da religião neste ponto, até por que para o Eterno uma era pode representar apenas um dia se considerarmos o próprio conceito de eternidade.

_ Então no momento ficaremos assim, certo?

_ Sim! Respondeu a jovem entusiasmada.

_ E agora sobre que ponto deseja falar?

_ Sobre os anjos! Respondeu ela com um brilho nos olhos.

Continua...