Historieta: Realizando sonhos (19ª parte)...
Assim que chegaram à casa, Justina foi conduzida para um quarto, onde uma criada veio ajuda-la a se vestir, com roupas apropriadas a sua nova condição.
Maria Francisca foi ter com o pai, que se encontrava acamado com fortes dores e depois de conversar um pouquinho, lhe informa que há uma visita que deseja vê-lo.
Depois de alguns minutos volta trazendo Justina.
_ O que é isso! Diz Augusto sentando-se na cama.
_ Uma pessoa que o ama e que nós também amamos. E que desejamos muito possa vir morar conosco. Convite esse que nós já fizemos e ela aceitou. Disse Maria Francisca e ao perceber que o pai não oferecia muita resistência a suas palavras continua:
_ E será ótimo que ela esteja aqui, uma vez que em breves dias nascerá meu irmão ou irmã.
_ Se você quiser eu vou embora. Diz Justina com lágrimas nos olhos.
_ Não! Diz ele mais que de pressa.
Maria Francisca percebendo que o gelo se quebrava em definitivo, sorri e diz:
_ Eu acho que vocês têm muito a conversar e eu tenho que ir ver Pedro, que ao que parece acabou de me gritar.
Todos percebem a mentira e riem.
Assim que ela sai do quarto todas as mulheres da casa a esperavam para saber se tinha dado certo.
_ E ai, minha filha? Pergunta Josefa.
_ Tudo bem!
_ Como conseguiu? Pergunta Maria e chica ao mesmo tempo.
_ Ora vocês se esquecem que “o ser é muito mais frágil do mal.” Disse ela olhando-as nos olhos.
_ Como assim? Quis saber Chica.
_ Meu pai ama essa mulher, mas é frágil diante das imposições sociais então nós resolvemos lhe dar uma ajudinha e claro nos aproveitamos também de seu estado meio dodóizinho de hoje. Saiu rindo.
O tempo passa, o bebê nasceu, era uma menina linda e saudável. Seu Augusto aceita o pedido de Carlos para que seu filho Antônio despose sua filha Maria e isso o deixa muito feliz. Agora só teria que arrumar um esposo para Maria Francisca.
Numa bela manhã de primavera chega a fazenda o padre Guilhermo e Alberto com seu coração cheio de esperança.
_ Seja bem-vindo padre! A sua benção! Diz Augusto.
_ Deus o abençoe filho! Responde o padre.
_ Mas que ventos o trazem aqui?
_ Eu venho trazer esse jovem para conhecer Maria Francisca e pelo qual eu mesmo venho solicitar a sua permissão para que ele possa se apresentar a ela...
_ Acaso ele conhece minha filha?
_ Só de vista!
_ E ele é boa pessoa, possui posses?
_ Sim! Ele é filho de rico fazendeiro das terras Portuguesas.
_Chame-o padre? Diz Augusto que observava o jovem algo interessado no que via da janela da fazenda.
_ Alberto, venha cá! Convida o padre.
_ Sim! Diz tristemente lamentando perder a visão de sua amada que passeia com o menino no gramado da frente da fazenda.
_ Este é Alberto Gusmão Alcântara da Silveira! Diz o padre ao apresentar o jovem.
_ Seu criado! Responde ele esticando a mão.
_ Se deseja ser meu genro é melhor que seja um bom criado para minha filha. Diz Augusto rindo e já gostando do moço.
_ Sim! Se ela me aceitar ficarei muito feliz.
_ Pretende então conquista-la?
_ Sim senhor! Não me atreveria a esposá-la de outra forma.
_ Então boa sorte, ela está no jardim. E aponta a porta.
_ Obrigada! E sai feliz ao encontro de seu amor. Desce as escadas rápido, com o coração aos pulos.
Assim que se aproxima diz:
_ Senhorita bons dias!
_ Bons dias! Responde ela sem sequer virar para vê-lo.
_ Oi, Pedro! Diz ele ao pequeno, que solta a mão de Maria Francisca e vem em sua direção.
_ Oi! Diz o pequeno esticando a mãozinha.
Alberto se abaixa e o cumprimenta. Maria Francisca vê a cena e pensa: “_ Este parece diferente!”
Os três caminham, ou melhor, os dois seguem os passos de Maria Francisca, um a sua direta e o outro a sua esquerda.
De repente Alberto diz:
_ Não desistirei!
_ EU também não!
_ Então empataremos... E sacando o revolver atira na direção de Pedro matando uma cascavel que se preparava para dar o bote.
_ Meu Deus, uma cobra!
_ Ela queria me morder! Disse Pedro assustado.
_ Obrigada! Disse Maria Francisca ao olhar o jovem que também se encontra agachado ao seu lado.
E pergunta:
_ Qual o seu nome?
_ Alberto!
_ Como? Pergunta ela querendo a confirmação do nome.
Mas não há tempo mais para conversa, pois todos se aproximam correndo e seu Augusto vai logo perguntando:
_ O que houve?
_ Uma cobra vovô!
Seu Augusto percebendo agora o que ocorrerá para demonstrar sua gratidão pede ao moço que fique para o almoço.
Depois do almoço, Alberto convida Maria Francisca para conversarem na varanda.
Continua...