Historieta: Realizando sonhos (18ª parte)...
Alberto se explica por cima e diz que precisa saber a verdade sobre certa moça.
_ Eu não posso falar sobre os segredos da confissão...
_ Mas eu já sei de tudo! Só preciso que quando eu falar o senhor fique quieto e saberei a verdade e nada de mal ocorrerá a essa moça...
_ Explique-se? Exige o padre.
_ Eu farei em regime de confissão, certo?
_ Certo!
_ Eu vim para o Brasil para punir certa moça, que eu acreditava fosse à mulher que arruinou a vida de meu pai...
_ Você não é seminarista? Você me enganou?
_ Não! E não! Foi o senhor que se confundiu! Eu nunca disse que era isso ou aquilo, mas fiquei grato a Deus pelo engano, pois só assim pude me aproximar da tal moça...
_ De que moça estamos falando?
_ De Maria Francisca.
_ Explique-se melhor! Disse o padre já meio nervoso.
_ Eu sei que Pedro é meu irmão...
_ Então você é o filho de seu Manuel?
_ Como sabe disso?
_ Maria Francisca sonha com você desde que chegou ao Brasil, ela deixou-lhe uma carta, você não a recebeu?
_ Não!
_ Meu filho o que realmente o perturba?
_ Estou apaixonado por ela! Achei que era ódio, mas hoje quando a vi no confessionário eu não tive duvidas do meu sentimento por ela...
_ Ai! Meu Deus! Eu terei que ser o cupido novamente! Você deseja conhece-la?
_ Mas padre eu preciso saber quem é a mãe de Pedro? Diz Alberto aflito.
_ Não se preocupe, ela não é a mãe! E isso basta por enquanto.
Padre Guilhermo fica pensando um pouco nas histórias dos sonhos de Maria Francisca, onde ela se via casada com o tal Alberto, que sequer conhecia. E agora! O que será que Deus desejava desse servo? Perguntava a si mesmo.
Enquanto isso Alberto continuava ansioso andando de um lado para o outro diante do padre.
_ Então vamos ter que fazer uma visita a fazenda. Para ver se a moça gosta de você?
_ Eu não posso lhe dizer quem sou! Diz Alberto aflito.
_ Só não minta! Pois a mentira tem pernas curtas e acaba sempre muito mal.
Naquela mesma época Maria Francisca vinha mais vez a cidade, pois resolveu ajudar Justina, que estava grávida de seu pai, mas esse continuava temeroso de uma união com uma mestiça, apesar de ela ser uma mestiça livre (mas isso não fazia muita diferença naquela época).
Maria Francisca fez amizade com ela e agora iria lhe dizer quem era. E era com essa finalidade que se dirigia a sua casa nos arredores da cidade em companhia de seu melhor amigo: seu irmão José.
_ Bom dia Justina! Diz Maria ao chegar ao portão da casinha.
_ Bom dia menina! Respondeu Justina feliz ao ver o anjo que lhe socorrerá no dia em que cairá no rio.
_ Justina! Hoje eu estou aqui para lhe contar algo muito importante, que eu lhe omiti...
_ Meu Deus! Diz Justina se levantando ao ver José e percebendo que aquela deveria ser a filha de seu amado.
_ Acalme-se não queremos lhe fazer mal, apenas te ajudar.
_ Vão se livrar de mim e do meu filho? Dizia ela chorando.
_ Não! Olhe para mim acha que eu seria capaz de algo monstruoso assim. Dizia Maria Francisca olhando-a nos olhos.
_ Não sei! Sua tia Adelaide já quis até me bater, e seu pai já me bateu por conta dela. Então por que devo acreditar em você?
_ Porque ela é diferente de todos eles! Diz José.
_ Mas porque então estão aqui... Sentando-se, começa a chorar.
_ Viemos buscá-la para morar conosco...
_ Mas e seu pai? Pergunta ela interrompendo a menina.
_ Ele aceitara, assim que perceber que nós os seus filhos já te amamos também. Diz Maria Francisca.
_ Confie nela, pois ela sempre está certa! Disse José.
_ Mas e se ele ficar bravo?
_ Não ficará!Diz Maria Francisca.
E levantando-se, aproximou-se a abraçando e perguntou:
_ Vamos?
_ Sim! Disse Justina sorrindo.
Depois de recolhido os poucos pertences os três seguiram para a fazenda, onde no caminho cruzaram com Adelaide, que ao ver aquilo ficou boba.
Justina trazia o coração apreensivo, mas esperançoso.
Continua...