Historieta: Realizando sonhos (15ª parte)...

Alberto chega a quinta e descobre que seu pai está morto e que a criança seguiu para o Brasil.

Depois de uns dias encontra a carta de dona Carlota ao seu pai, sem referência da pessoa que a enviou, ainda fechada, então resolve abrir e lê-la.

Querido Manuel!

“Eu o amo, mas me vejo na impossibilidade de ficar com você!”

“Minha dor só não é maior porque há o pequeno Pedro.”

“Peço a Deus que lhe fortaleça quando eu partir!”

Saiba que o amo muito

Maria Francisca C...

A letra “C” estava irreconhecível e Alberto achou que a mulher que amava seu pai havia o deixado e levado consigo a criança.

_ Essa tal Maria Francisca pagará caro por essa dor que causou ao meu pai! Exclama ele furioso.

E mais furioso se tornou ao saber que o pai suicidou mesmo e quanto o testamenteiro abriu o testamento ele descobriu que seu pai registrou Pedro e dividiu entre ele e Maria Francisca a responsabilidade de criá-lo e tutelar os seus bens. Bens que foram divididos igualmente entre os dois irmãos.

Busca informações sobre a tal Maria Francisca e descobre algo sobre ela que o faz pensar.

_ Você está me dizendo que ela chamou o médico ao invés do padre. Por quê?

_ Para que seu pai fosse enterrado em solo sagrado. Responde a criada.

_ Só mais uma coisa ela gostava de meu pai? Pergunta Alberto intrigado com o zelo da mulher que estava largando o seu pai.

_ Acho que sim! Pois se não fosse por ela seu Manuel teria sido enterrado entre os proscritos.

Aquilo o intrigava e o deixava com mais raiva de Maria Francisca, quem seria ela, o que realmente desejava? Ele não sabia, mas iria descobrir e se vingar.

O médico não pode ir ter com ele, pois partiu para a Espanha a fim de atender a mãe que não estava bem.

Sem testemunhas confiáveis realiza todos os preparativos para partir em direção ao Brasil a fim de se vingar de Maria Francisca.

Enquanto isso no navio a viagem se prolonga e com isso o Capitão ordena que a comida dos conveses inferiores seja cortada. Depois de uns três dias sem comer José encontrasse bastante debilitado e Maria Francisca observa aquilo e insiste em saber o que há.

_ Tem três dias que o pessoal não nos serve nada.

_ Como assim?

_ A viagem aumentou e o Capitão para que não faltasse aos passageiros da primeira classe mandou cortar a comida dos demais...

_ O que? Diz Maria Francisca levantando-se e saindo antes que José ou Maria pudessem impedi-las.

Logo aquela jovem estava na sala de controle do navio e solicitava a presença do capitão.

_ O que deseja senhorinha? Disse o Capitão.

_ Fui informada que há três dias que o senhor suspendeu a alimentação dos demais passageiros desde navio, quero saber por que o senhor fez isso?

_ A viagem ainda vai demorar mais um dia e eu não podia arriscar não ter o que servir aos passageiros.

_ Pois é bom que o senhor diga aos passageiros para não desperdiçarem alimentos e que o senhor envie imediatamente a alimentação adequada a todos os tripulantes da área inferior desde navio, pois senão o senhor terá que enfrentar a fúria do próprio imperador, porque será a ele que eu falarei sobre sua conduta desumana e cruel.

E assim dizendo saiu em direção aos seus aposentos, onde José já havia sido alimentado e cuidado.

Ela fora aplaudida pelos que a ouviam falar com o capitão. E certo marinheiro se aproximando do capitão perguntou a ele de que se tratava a reivindicação da jovem.

_ Da alimentação dos tripulantes dos pisos inferiores do navio.

_ Ave! Que fúria em nome da ralé! E o senhor atenderá?

_ Mas é claro!

_ Mas é só uma jovem? Disse o marinheiro.

_ Essa jovem é filha de um fazendeiro, que eu nunca desejaria por inimigo. E seus pais são amigos do próprio imperador D. Pedro II. Sabe o que isso significa? Perguntou o capitão.

_ Não! Respondeu o marinheiro.

_ Que ela manda! E esperto é quem sabe obedecer.

A verdade é que o comandante queria uma desculpa para agir de forma acertada para com todos e a coragem daquela moça ainda menina ao ameaçar-lhe acabou lhe dando a oportunidade de dizer aos passageiros da primeira classe que se alimentassem sem desperdícios.

José não retornou ao convés inferior foi acomodado num quarto e as mulheres ficaram no outro, assim foi feito para que ele não sofresse qualquer represália.

Finalmente depois de 31 dias as terras brasileiras foram vistas e pisadas e até beijadas pelos nossos amigos, mas agora chegava à hora de enfrentar seu Augusto.

Continua...