Historieta: Realizando sonhos (12ª parte)...
José e Maria Francisca contam tudo para Maria, que fica surpresa, alegre e triste, tudo ao mesmo tempo.
Os dias passam acelerados, seu Manuel é sempre bem-vindo a quinta aonde agora todos esperam felizes a chegada do bebê.
Os meses voam e chega à hora do nascimento. O parto é difícil e leva vários dias, um médico de confiança e uma parteira amiga da família de seu Manuel se apresentam para ajudar, mas a criança está virada.
Depois de muitas tentativas a criança nasce: um menino!
_ Um menino! Grita à parteira.
Chora o moleque com vontade para alegria de todos que rezavam e choravam.
Naquele mesmo dia seu Manuel traz o registro da criança, mas há um erro no nome da mãe. Erro que mais tarde será providencial.
Dona Carlota sentindo fortes dores pede a filha que lhe traga papel e pena para traçar uma missiva a Augusto, porém a primeira carta que escreve é destinada a Maria Francisca, cujo conteúdo só será conhecido mais tarde e para isso contara com a cumplicidade de Maria e José.
Escreve duas outras cartas destinadas a Augusto e ao seu amor Manuel.
Assim que ela termina as cartas entrega-as a filha e pede para que as dê aos respectivos destinatários em tempo oportuno.
_ Mãe por que escreves uma carta a seu Manuel, acaso retornaras comigo ao Brasil? Pergunta Maria Francisca em lágrimas.
_ Sempre estarei contigo... Elas se abraçam e choram.
_ Carlota me fizeste o homem mais feliz, pois agora tenho dois filhos! Exclama Manuel ao adentrar o quarto trazendo o belo menino nos braços.
_ Deixe-me ver o meu pequeno? Pede Carlota sentando-se na cama e aconchegando o filho ao seio.
A cena comove a menina, enternece seu Manuel e dá a Carlota a oportunidade de ter o filho nos braços mais uma vez.
_ Te amo meu pequenino! Quero que cresça e seja um homem de bem, que todos hão de amar... E beijando o rostinho do filho o entrega a sua filha, que sente que algo está errado.
Carlota então solicita a filha:
_ Leve-o para o seu quarto e deixe-me conversar com Manuel, por favor?
_ Sim, mamãe! Diz a filha saindo e levando consigo o irmão e as cartas.
Assim que se vê no quarto chama Maria e pergunta:
_ Maria você notou algo errado com minha mãe?
_ Não! Ela parece feliz...
Um urro de dor interrompe aquela conversa e todos correm ao quarto de dona Carlota, onde ela se despedia de Manuel, pois a morte se apresentava ali naquela quinta naquele dia sombrio, que começará tão promissor.
Maria, José e Maria Francisca chegam ao quarto antes que dona Carlota exale o ultimo suspiro.
Dona Carlota dirige a filha um ultimo olhar e balbucia um sentido e doloroso:
_ Amo vocês... E finalmente seus olhos se fecham para este mundo material.
Maria Francisca a abraça, chora e sofre, pede a Deus socorro, olha seu Manuel e vê seu desespero, então busca num esforço supremo a força necessária para amparar a todos naquele momento.
_ José busque o médico e lhe peça a ajuda para que possamos realizar o enterro adequado para minha mãe. Diz Maria Francisca.
E se dirigindo a seu Manuel diz:
_ Minha mãe lhe escreveu esta carta, que eu agora entendo a razão. E retirando a carta dum bolso oculto no vestido entrega-a a seu Manuel.
A criança chora e Maria se vê despertada de seu sofrimento e corre para atendê-la.
Continua...