Historieta: Realizando sonhos (11ª parte)...

No dia seguinte sem nem mesmo descerem para o café as duas mulheres recomeçam a conversa. A filha ouve atentamente enquanto a mãe relata a história de sua vida.

_ Então você finalmente fez aniversário e um pedido. Seu pai viu no seu pedido a oportunidade de ter uma nova aventura.

_ Como assim?

_ Eu queria que a viagem fosse curta, mas seu pai insistiu que demorasse um ano pelo menos.

_ E daí?

_ Sua tia Adelaide me escreveu várias cartas relatando o envolvimento de seu pai com uma nova mulher: Justina! E pegando o pequeno baú deu-lhe as cartas para que lesse, incluindo-a de seu pai.

_ Papai não pode agir assim? O que vai fazer?

_ Você ainda não entendeu a gravidade de tudo o que eu fiz.

_ Como assim?

_ Eu estou grávida. E Manuel deseja que eu fique com ele aqui. Eu tenho duas opções: voltar com você e morrer ou ficar aqui e fugir do seu pai pelo resto da vida. Entendeu?

_ Por quê?

_ Porque um homem pode ter muitas amantes, mas uma mulher deve sempre honrar seus compromissos, talvez Deus possa me perdoar essa falha, já que eu mesma não posso fazê-lo. Estraguei sua vida, destruí a minha e talvez a do próprio Manuel, e ainda vou trazer ao mundo um enjeitado. Eu errei e não pense que contei a história para justificar meus erros, mas eu só desejo que você tente me entender e perdoar as minhas fraquezas... Disse Carlota com a voz embargada.

_ Mãe eu jamais poderia julgá-la, não vivi o que viveu, e estaria faltando com a lição do Cristo que nos recomenda o perdão. Além do mais quem sou eu para julgar quando o único puro da Terra não julgou ninguém, nem a adultera.

_ Te amo minha filha! E peço a Deus que nos dê mais tempo juntas.

Assim que sai do quarto, Maria Francisca abraça com imenso carinho Maria e José.

Seus olhos estão marejados e vermelhos mostrando que chorou muito durante a noite.

Depois de um tempo ela diz a José:

_ Eu já sei de tudo meu irmão! Minha mãe me contou tudo, saiba que eu te amo muito!

E José entendendo tudo começa a chorar para desespero de Maria que não entende nada.

Continua...