Historieta: Realizando sonhos (9ª parte)...
Seu Manuel passou a freqüentar a casa, a almoçar, jantar e ceiar com os novos amigos. Aquela amizade só crescia e assim os dias foram se passando e se transformando em meses.
E foi num belo dia que seu Manuel convidou Carlota para um piquenique ao ar livre que tudo aconteceu.
Seu Manuel levou-a há um lugar isolado, onde havia um pequenino chalé.
_ Seja bem-vinda Carlota a essa humilde casa. Disse ele ao segurar sua mão para que descesse da carruagem.
_ É linda! O que é aqui?
_ Um refugio. Aonde venho para meditar sobre as dificuldades da vida. Aqui há uma biblioteca, uma cozinha, sala e um quarto, aqui fica o lago e tenho um jardim aqui nos fundos.
_ Que belas flores são essas! Exclamou Carlota saindo na sacada.
Manuel pulou a mureta e colheu uma flor para ela pôr no cabelo.
_ Com licença! Ficou linda! Ou melhor, mais linda! E se aproximando a beijou.
Ela não resistiu, nem se afastou, estava tão carente e sentindo-se amada novamente deixou-se levar pelo momento.
Sem medir conseqüências se deixou amar e amou.
Assim que tudo estava consumado, uma vergonha a invadiu, uma tristeza profunda por falhar com seu dever de mãe e de esposa e as lágrimas rolaram abundantes.
Seu choro despertou Manuel que em desespero perguntava:
_ O que há?
_ Por favor, me leve para casa! Pedia ela.
_ Acaso não me ama? Perguntou ele.
_ Sabes que sou casada, existem tantos problemas entre nós. Meu marido jamais nos deixaria viver, minha filha ficaria desonrada.
_ Eu dou um jeito. Diz ele.
_ Não! Eu vou embora e nós ficaremos longe um do outro. E tentaremos esquecer tudo... E começou a chorar novamente.
E então seu Manuel finalmente compreendendo todas as conseqüências abraçou-a e ela chorou retribuindo o abraço.
Mas logo o destino se imporia soberano sobre todas as suas ações.
Passado alguns dias os sintomas apareceram: náuseas, vômitos, tonturas,... Ela estava grávida, havia um ser em formação dentro de si. Então depois de muito pensar saiu bem cedo antes que qualquer um se levantasse e foi até a quinta de Manuel, onde já o encontrou de pé e bastante abatido.
Assim que ele a viu os seus olhos brilharam.
_ O que houve?
_ Estou grávida! Disse ela vomitando aos seus pés.
Ele a enlaçou em seus braços e a rodopiou no ar, em sorrisos de alegria.
Ela chorava e ele era só felicidade.
_ Não vê isso é um sinal do céu para ficarmos juntos. Disse ele felicíssimo.
_ O que vamos fazer?
_ Ter o bebê, ficarmos juntos até morrermos de velhice. Disse ele.
_ E minha filha?
_ Se quiser adoto todos.
_ Falo sério! Disse ela.
_ Eu também, nunca vivi dias tão felizes como esses. E seria capaz de abrir mão da vida, por mais uns dias de felicidade ao teu lado.
Continua...