Historieta: Realizando sonhos (8ª parte)...
Enquanto isso seu Manuel sentia-se tão feliz por poder estar mais vezes com sua amada.
Nos dias que se seguiram todos eles se reuniram na sala da quinta para conversar. Manuel ficou encantado com a alegria daqueles quatro, até José pareceu feliz com a felicidade de dona Carlota, eles com certeza se amavam muito mesmo.
Dona Carlota tratava os três como filhos e eles a respeitavam. Manuel desejou por um minuto e expressou em voz alta:
_ Como eu gostaria que vocês todos fossem meus filhos. Disse ele como os olhos marejados.
_ O senhor não tem filhos? Perguntou Maria.
_ Tenho! Um, mas ele está longe, estudando. Mas a verdade foi que ele não agüentou ficar só comigo, quando eu fiquei viúvo a tristeza se abateu sobre mim e eu não agüentei bem a situação, e meu filho para sobreviver se refugiou no estudo e na distancia.
_ Pode ter certeza que só ele saiu perdendo. Disse a menina moça sorrindo.
_ É duro ter que viver ao lado de alguém que só reclama. Não posso julgá-lo, nem culpa-lo por nada. Eu fiz uma escolha de sofrer e me queixar, e isso ele não agüentou. Eu sei que meu filho me ama...
_ Com certeza! Disse dona Carlota mudando o rumo da conversa.
_ É importante mantermos a alegria, a coragem e a fé em Deus sempre, para que não venhamos a sucumbir diante das nossas provas.
_ Eu já aprendi isso. Disse José animado com uma lembrança.
_ E quando foi isso, José? Perguntou dona Carlota.
_ Quando seu Augusto me deu aquela surra no tronco e a menina Maria Francisca ainda pequena veio até o tronco com um paninho molhado e passou em minhas feridas assoprando e dizendo: “Senhor cure meu irmãozinho!”. E quando seu Augusto viu aquilo veio bravo, e então ela virou e disse chorando: “Por que o senhor machucou o meu irmãozinho?” e seu Augusto berrou: “Ele não é seu irmão!” E ela respondeu: “Então Deus não é nosso pai?” Eu sempre confio em Deus e naquele dia eu recebi a maior lição da minha vida, e não guardo mágoa de nada do que eu já passei, e morreria por vocês duas. Disse ele olhando dona Carlota e Maria Francisca.
_ E eu? Perguntou Maria indignada.
_ Por você também, com certeza! Disse a menina moça rindo dos ciúmes de Maria.
Todos riram, e no final daquele dia dona Carlota apresentava-se mais corada e todos estavam mais felizes.
No Brasil, seu Augusto prosseguia com sua festa particular, dando o que falar por todo o lugar. A criada já se sentia a própria dona Carlota e certa vez quando saia da mercearia deu de caras com dona Adelaide que foi logo avisado:
_ Seus dias estão contados, pois Carlota breve estará de voltas.
_ Ela que se preocupe! Respondeu a outra mostrando seu poder.
Enquanto outras senhoras seguravam dona Adelaide, pois senão ela teria dado uns tapas naquela mulher audaciosa.
Ao chegar em casa reclamou com o marido, que depois de muito ser perturbado foi falar com Augusto.
_ Quem bons ventos o trazem Carlos? Perguntou Augusto ao ver o amigo adentrar sua casa, depois do anuncio de uma criada.
_ Não são ventos, são um anuncio de uma tempestade que está se formando em minha casa por causa de sua vida com aquela tal Justina...
_ Explique-se?
_ Minha mulher e a sua amante se encontraram e ela foi audaciosa com minha esposa, quase que Adelaide lhe deu uma surra. Vê se resolve isso? Por que senão daqui a pouco você vai ter todos os fazendeiros aqui na sua porta exigindo algo ou uma reparação? Não deixe ela criar asas, ou senão você vai enfrentar problemas quando dona Carlota voltar, se voltar?
_ Como assim? Perguntou Augusto.
_ A essa altura sua esposa já deve saber de tudo. Você vai enfrentar muita dor de cabeça ainda.
Depois de conversar amenidades despediram-se.
Augusto foi até a casa que havia preparado para Justina e lhe deu uma surra.
Continua...