Historieta: Realizando sonhos (6ª parte)...

Em febre, delirava e chamava por Augusto, mas depois que a febre aumentou se ouviu o nome de seu Manuel pronunciados por seus lábios rubros de ardência.

Maria Francisca percebendo a gravidade daquelas palavras e vendo o estado de sofrimento da mãe pede a José que vá buscar seu Manuel, que atende imediatamente ao chamado.

Assim que chega, Maria Francisca conversa com ele e o conduz ao quarto e lá permanece por um tempo, mas sai assim que percebe a melhoria da mãe.

_ Você acha que a patroa está de romance com esse homem, José? Pergunta Maria a criada.

_ Não diga uma coisa dessas Maria, dona Carlota é uma mulher honrada e jamais faria algo assim. Diz José.

_ Obrigada José por sua lealdade a honra de minha mãe. Diz Maria Francisca que ouvirá a conversa toda.

_ Minha menina eu não tive a intenção de ofender vossa mãe. Diz Maria envergonhada.

_ A verdade é que não sei o que há, mas sinto que minha mãe não é culpada de nada...

_ Deve ser esse homem? Diz José.

_ Nada disso. Eu acho que eles se gostam, mas os deveres se impõem sobre eles. Diz a menina moça.

_ A senhora não se preocupa com as conseqüências das ações de sua mãe sobre o seu futuro? Pergunta Maria.

_ Que conseqüências?

_ Se ela desonrar seu pai, ele vai matá-la e a senhora ficará marcada com a filha de uma traidora, que também pode se tornar uma traidora...

_ Maria não se preocupe Deus cuida de mim e cuida de meu futuro, nem sei se viverei para casar-me, e depois aqueles que julgam as pessoas pelos atos de outras não são dignos de mim, lembre-se do que nos ensinou Jesus: “não julgues, para não serdes julgados, com a dureza que julgardes os vossos irmãos também sereis julgados!” Quem somos nós para apontarmos os nossos dedos para o outro, ainda mais sendo este outro minha mãe, a quem eu devo a minha existência. Disse Maria Francisca interrompendo Maria.

José ouvia em silêncio aquela conversa e se admirava das qualidades superiores daquele coração de menina moça e se emocionava ao se lembrar que por muitas vezes foram aqueles bracinhos que o defendeu da fúria de seu Augusto.

Continua...