Historieta: Realizando sonhos (2ª parte)...

A viagem transcorreu tranqüila, depois de 28 dias aportaram em terras portuguesas: dona Carlota, Maria Francisca, Maria e José.

Uma carruagem foi contratada por José que indicou ao cocheiro o endereço da residência para onde deveriam seguir.

Depois de alguns minutos chegavam a bela quinta, onde um casal os recepcionou.

_ Sejam muito bem-vindas! Disse uma senhora bonachona.

_ Obrigada!! Disseram ambas.

Enquanto Maria e José descarregavam as coisas, a senhora tratou de apresentar a casa a nova inquilina.

_ Há três quartos no primeiro piso da residência e um quarto lá em baixo, e dois outros quartos lá nos fundos para que se hospedem os vossos funcionários. Disse a senhora sorrindo.

_ Qual é o vosso nome por gentileza?

_ Chamo-me Rosálina de Matias a seu dispor.

_ Senhora nos quartos superiores estalarei eu, minha filha e Maria nossa criada. No quarto de baixo quero que fique José, pois que ele tem a função de nos proteger e assim sendo ficará dentro de casa, onde poderá nos dar socorro mais facilmente.

_ Como à senhora desejar! Disse a outra não muito satisfeita com aquela mistura.

_ Devo descer e informar meus criados. Dando por encerrada aquela apresentação.

Dona Carlota informou como deveriam ser todos acomodados e viu o risinho feliz de Maria Francisca, que adorava José e Maria.

Os primeiros dias foram de adaptações e conversas animadas à mesa, onde todos se sentavam para fazer as refeições.

José e Maria já se lamentavam pelo provável fim de toda aquela festa, pois com certeza assim que retornassem ao Brasil seu Augusto não permitiria aquela liberdade toda, que somente os corações generosos de dona Carlota e Maria Francisca poderiam proporcionar.

Depois de uma semana foi marcado o primeiro passeio pelas ruas de Lisboa, era primavera e tudo estava em flor, havia beleza a cada esquina, a cada olhar, a cada movimento de cabeça se percebia um novo foco a causar um novo suspiro de admiração.

Logo se avistou uma praça arborizada, onde ao centro se erguia uma linda catedral, dona Carlota solicitou que a carruagem parasse e elas desceram e caminharam alegres pela praça, seguidas de perto por José.

Um homem apressado saia da igreja quando se chocou com dona Carlota, e antes que pudesse segura-la viu-a se estabacar-se no chão.

_ Meu Deus! Mil perdões! Minha senhora me desculpe essa rudeza! Dizia Manuel em rogos de perdão e escusas.

_ KKKK! Começou a rir dona Maria Francisca Carlota.

_ Mas que se passa? Perguntou Manuel um tanto preocupado.

_ Nada, Senhor! Só estou a rir de mim mesma, que não o vi descendo as escadas.

_ Mas a senhora está bem? Disse Manuel olhando-a nos olhos.

_ Sim! Por favor, ajude-me a levantar. Disse Carlota.

_ Posso saber do que ria? E qual é a sua graça? (graça – significa nome).

_ Ri, porque quase sai com os saiotes com aros e se assim tivesse procedido duvido que estivéssemos a rir aqui agora, e meu nome é Maria Francisca Carlota... Estava a dizer quando foi interrompida pela algazarra de Maria e Maria Francisca, que estavam procurando-a, pois ela se afastou e eles não notaram. Junto também apareceu José.

_ Mamãe o que houve?

_ Trompei-me com este senhor. Qual é o seu nome, ou seja, sua graça?

_ Manuel Alcântara da Silveira, seu criado a seu dispor. Disse ele lhe esticando a mão.

Todos se cumprimentaram e Manuel desejou saber onde estavam instaladas para se desculpar enviando para lá, uma bela cesta de frutas de sua quinta.

_ Nós estamos na quinta dos Carrasqueira. Disse José depois do consentimento de dona Carlota.

_ Pois bem a minha quinta fica ao lado e terei imenso prazer em recebê-las lá para uma visita.

_ Obrigada! Mas creio que não será apropriado. Disse dona Carlota encerrando a conversa e despedindo-se.

Depois desse encontro partiram todos, rumo aos seus destinos.

Dona Carlota não conseguia tirar da cabeça a figura de Manuel, então para não ser pega em sorrisos solitários foi se recolher.

Maria, José e Maria Francisca ficaram por longo tempo ainda em animada conversa sobre as belezas de Portugal.

Dona Carlota em seu quarto rezava e entre um terço e outro seu pensamento se dirigia a Manuel.

No dia seguinte não se animou a sair, mas permitiu que José levasse Maria Francisca e Maria em um passeio na praça da igreja, que se quer eles adentraram.

_ Mas José, por favor, ande junto às meninas. Ordenou dona Carlota.

_ Sim, senhora!

_ Mamãe a senhora está bem?

_ Sim! Só um pouco dolorida. Vá com Deus e não se demorem muito.

Assim que o grupo partiu, chegou à quinta uma carruagem trazendo um visitante o senhor Manuel.

Continua...