Historieta: Encontro Casual (6ª parte)...

Antes que o socorro chegasse Sérgio diz:

_ Ana Alice... E tomando coragem continua:

_ Eu estou sentindo algo muito especial por você não sei explicar em palavras...

_ Não precisa! O tempo dirá, pra que ter pressa.

E ele enchendo-se de coragem vai se aproximando dela até que está tão perto que pode sentir sua respiração, o seu hálito quente bafejando a sua boca, o espaço diminui lentamente até que finalmente seus lábios se tocam em um leve roçar, mas são interrompidos pela voz que ecoa no elevador avisando que em breve eles estarão livres.

O responsável pelas chaves é localizado e finalmente eles são libertados pelos bombeiros que abrem à porta, há ambulâncias, repórteres e muita gente inclusive a dona Luisa e o amigo de Ana Alice, o Lucas, que se apresenta todo preocupado.

Assim que eles saiem de mãos dadas são examinados e liberados ali mesmo. Ana entrega a Luisa o casaco, os documentos e agradece a preocupação.

Lucas se aproxima e diz abraçando-a:

_ Não sei o que faria se você não estivesse bem!

_ Está tudo bem! E sem soltar a mão de Sérgio completa:

_ Esse é o Sérgio, ele foi o meu anjo de guarda lá dentro.

_ Muito prazer! Eu sou Lucas. Só agora Lucas percebe que Ana Alice está segurando a mão de Sérgio.

_ Venha eu te levo pra casa? Diz Lucas pegando-a pela mão que está livre.

_ Não! Sérgio vai me levar. Diz ela olhando para ele.

_ É! Eu vou levá-la.

_ Então vamos todos.

E assim saíram os três. Lucas estava muito preocupado, pois não sabia quem era o rapaz e o que havia acontecido lá dentro no elevador. Ana Alice e Sérgio pareciam namorados e isso preocupava ainda mais Lucas que pela primeira vez sentia ciúmes da amiga de infância.

Ao chegarem no apartamento de Ana Alice entraram os três, mas logo o telefone tocou eram os pais dela preocupados, pois haviam visto a noticia pela teve.

_ Pai está tudo bem! O Lucas está até aqui comigo e há mais uma pessoa que eu gostaria muito que vocês conhecessem, ele foi meu anjo de guarda durante o tempo em que estive presa.

Do outro lado da linha os pais se acalmavam e Ana se despedia com beijos e desejo de em breve revê-los.

_ Eu vou passar a noite aqui com você! Disse Lucas.

_ Não precisa, eu estou bem! E se eu precisar te chamo afinal de contas você mora tão perto. Disse ela.

_ E você onde mora? Perguntou Lucas a Sérgio.

_ No fim da avenida no prédio azul.

_ Ave! Tão pertinho. Disse Ana quando olhou Sérgio nos olhos.

_ Eu tenho que ir, pois minha mãe deve estar preocupada.

_ Eu acompanho você até a porta.

Assim que a porta se abriu eles saíram no corredor e Sérgio roubou-lhe um beijo e lhe disse:

_ Eu não me esqueci de sua promessa, posso voltar amanhã?

_ Vou esperar! Disse ela.

Quando entrou Lucas fez um verdadeiro interrogatório.

_ Quem é ele?

_ Ele quem? Perguntou ela dando uma de desentendida.

_ Esse tal Sérgio? De onde o conhece?

_ Primeiro eu não o conheço, segundo o nome dele é Sérgio...

_ Então quer dizer que traz alguém em seu apartamento sem sequer conhece-lo? Disse Lucas a interrompendo.

_ Olha nós estivemos presos por mais de 30 horas, não tínhamos outra opção a não ser conversarmos e fizemos isso, não posso dizer que o conheço, porque conhecer realmente só Deus conhece, mas eu posso dizer que confio nele o suficiente para trazê-lo aqui hoje e para recebê-lo aqui amanhã.

_ Você vai vê-lo novamente?

_ Sim! E para lhe ser franca espero que não fique só num encontro, mas que vire namoro, depois noivado e quem sabe casamento.

_ Você está louca?

_ Não! Eu acho que estou apaixonada! E riu e ficou vermelha.

Lucas olhando-a e vendo-a pela primeira vez como uma mulher percebeu como ela era bela e se aproximando abraçou-a e disse:

_ Está bem, mas eu vou ficar aqui hoje, eu durmo no sofá.

_ Não precisa!

_ Eu insisto! Não arredo o pé. E se me por pra fora dormirei na sua porta.

_ Está bem te arrumo o quarto de hospede, pois se dormir neste sofá duro amanhã não levanta.

E preparou o outro quarto do apartamento e se preparava para dormir quando o telefone tocou e ela foi atender.

_ Alô! Disse ela.

_ Só liguei pra dizer que já estou com saudade. Disse Sérgio do outro lado da linha.

_ Eu também!

_ Como pode dizer isso? Se sequer sabe quem é que está falando?

_ Eu sei é um jovem guardião que ficou preso comigo por um tempo e que agora deixou cativo o meu coração. Sérgio eu jamais esquecerei sua voz.

_ Você é um doce...

Nisso Lucas que percebe de quem se trata grita:

_ Ana Alice posso usar sua escova?

_ Não! Tem algumas escovas novas ai no banheiro no armarinho.

_ Achei! Obrigado!

_ Quem está ai? Pergunta Sérgio em desespero, com o coração aos pulos.

_ É o Lucas! Ele não desistiu de dormir aqui. Então eu arrumei o quarto de hospede pra ele, por quê?

_ Nada não!

_ Não se esqueça de amanhã as 19:00 horas vou estar te esperando, ouviu?

_ Sim! Eu não faltarei. Boa noite! Disse ele tristemente.

_ Boa Noite e sonhe comigo.

Assim que desligou, ele deixou-se levar pelas duvidas e se ela fosse uma mentirosa, mas parecia tão verdadeira, imagens mentais depreciativas invadiam sua mente. Depois de muito rolar na cama conseguiu pegar no sono e teve vários pesadelos.

Ana por sua vez deu boa noite ao amigo e seguiu para o seu quarto fechando a porta como de costume, tomou banho e deitou-se, mas antes fez uma pequena leitura da bíblia que se encontrava aberta sobre a cômoda e em seguida realizou sentida prece de agradecimento e louvor a Deus por sua generosidade e amor, deitou e dormiu como um anjo, despertando ao amanhecer, levantou foi à padaria trouxe pão e preparou um delicioso café para o amigo Lucas.

Assim que tudo estava pronto bateu na porta do quarto.

_ Entre! Disse Lucas que ainda se encontrava na cama.

_ Não vai levantar? Perguntou ela olhando para o outro lado ao ver que o amigo estava sem roupa alguma só as partes intimas estavam cobertas pelos lençóis.

_ Eu já vou! E como se quisesse provocar levantou-se e dirigiu-se até ela para sair do quarto e entrar no banheiro como veio ao mundo.

Ana Alice levantou o rosto e mirou os olhos no rosto do amigo e afastou-se da porta para que ele pudesse passar e assim que ele saiu, ela recolheu todo o forro de cama e pôs lençóis novos, dirigiu-se a área de serviço e pôs a roupa na máquina para bater.

Diante da postura de Ana Alice, Lucas sentiu-se envergonhado.

Quando saiu do banheiro agora vestindo um roupão viu que ela havia preparado o café com tudo o que ele gostava e sentiu-se mais envergonhado ainda e se aproximando dela que estava na cozinha preparando as coisas para o jantar de hoje à noite, disse:

_ Ana me desculpe! Não tive a intenção de ofendê-la.

_ Tudo bem! Eu já devo ter visto você pelado pelo menos umas dez vezes. E caiu na risada.

_ Eu vou te dizer uma coisa e quero que você não ria. Disse Lucas.

_ Tudo bem!

_ Eu acho que estou com ciúmes de você, eu nunca tinha visto você com ninguém, acho que eu nunca tinha olhado você de verdade.

_ Eu sei! Mas é bobagem isso, porque você é meu melhor amigo e só quer me proteger, mas, por favor, não fique mais pelado perto de mim.

_ Por quê?

_ Porque todas as vezes que eu te vi nesta situação você estava com alguém e é muito esquisito vê-lo andando nu pela casa sem um rabo de saia atrás. E sorriu e disse:

_ Vamos comer, porque eu tenho que trabalhar e você estudar.

_ Certo! Disse Lucas.

Tomaram o café e deram boas risadas lembrando das histórias de suas infâncias.

Continua...