Historieta: Encontro Casual (4ª parte)...
Naquele dia havia sido substituído o guarda da sala do rool de entrada, que fazia a vigilância e o monitoramento das câmeras dos elevadores. Ele não estava familiarizado com os equipamentos de vigilância do prédio.
Ele achou engraçado o filme que estava vendo numa TV, mas sem entender muito bem, até que conseguiu acionar o áudio e passou a ouvir toda a conversa daqueles dois jovens, e achando que se tratava de um “reality show” ficou ali fisgado pelas conversas e começou a pensar nele mesmo, em tudo o que ele vivia, pensou nos juros do banco, no carro que era usado, mas que havia ficado mais caro que um zero, nos políticos, e em muitos outros assuntos. Ele estava ficando com sono e para espantar o sono foi dar uma ronda, ou seja, uma volta.
Assim que o dia amanheceu Ana percebeu que o ventilador havia parado e então acordou Sérgio.
_ Oi! Disse ele feliz.
_ Que maravilha! Você acorda de bom humor. Disse ela.
_ É que quando te vi lembrei-me que estou preso com você em um elevador e que essa é a primeira vez que eu durmo com uma mulher intacta e ela permanece intacta...
Ana sorriu e Sérgio também.
_ Para a sua informação essa também é a primeira vez que durmo com alguém. Mas, eu te acordei porque o ventilador parou. Disse Ana sorrindo e ficando vermelha.
_ Parou?
_ Sim! E faz tempo.
_ Vamos acioná-lo novamente. Sérgio levantou e apertou o botão e o ventilador voltou a funcionar.
_ Graças a Deus! Disse Ana.
_ Ah! Graças a mim que levantei e apertei o botão. Disse ele.
_ Foi Deus que colocou você aqui!
_ Mentira! Foi você. Disse Sérgio.
_ Já imaginou eu sozinha aqui, sem água, sem comida, sem ninguém para conversar. Foi a primeira vez que Ana olhou Sérgio e sentiu algo por ele. Seus olhos estavam marejados de lágrimas.
_ Sem penico! Disse Sérgio rindo.
E Ana sorriu limpando os olhos.
_ Deus é muito bom!
_ Você é linda! Deve ser por isso que Ele se preocupa tanto com você. Disse Sérgio.
_ Deus não se preocupa conosco, Ele se ocupa de nós! De todos nós. Você ganhou ou comprou essa cesta?
_ Eu ganhei numa rifa e quase a deixei na sala.
_ Mas Deus não deixou você esquece-la. Ele até colocou nela tudo que íamos precisar: frutas, água, biscoitos,... Enfim tudo estava preparado por Deus.
_ Você acha que tudo tem haver com Deus?
_ Sim! Ele cuida de tudo até do ar que respiramos.
_ Por que Deus colocou você aqui comigo? Perguntou Sérgio.
_ Não sei ainda! Mas Ele sabe e deve ter uma boa razão.
_ É! Eu também acho! E pensou: “Meu Deus! Estou apaixonado!” E sorriu.
_ Do que você está rindo? Perguntou ela.
_ Se eu não tivesse ficado preso aqui, eu teria ido a uma festa e pegado a maior gata da turma...
_ E talvez quem saiba até pego alguma doença também! Falou Ana com um olhar triste.
_ É verdade! E eu teria perdido a oportunidade de te conhecer.
E o rosto dele se iluminou e ela sorriu ficando com as bochechas rubras.
_ Será que vão nos resgatar hoje? Disse Ana desviando o olhar.
_ Quem sabe? E tomando coragem se aproximou de Ana e lhe perguntou:
_ Você gostaria de sair comigo... Sabe pra gente conversar... Pra gente se conhecer?
_ Acho que sim! Respondeu Ana.
_ Sério? Perguntou Sérgio meio gritado.
_ Sim! Disse ela sorrindo e ficando vermelha novamente.
Sérgio se aproximou e tocando a sua mão a segurou junto ao peito e Ana que estava com os olhos fechados pode sentir o coração de Sérgio batendo acelerado, ele se aproximou mais dela e a envolveu em seus braços e eles se deixaram abraçar sem nada dizer apenas sentindo os seus corações baterem descompassados e com o tempo sentiram-se acalmar como se a confiança se instalasse entre eles.
Sergio levantando o rosto de Ana depositou em sua testa um beijo cheio de ternura, seu corpo tremia e sentia o corpo dela tremer junto ao seu.
As lágrimas rolavam suaves da face de Ana como a orvalhar sua alma e seu coração agora renovado pelo novo amor, que surgia na figura daquele belo jovem, que lhe era totalmente estranho aos olhos, mas que parecia velho conhecido de sua alma.
Continua...