II - Historinhas da vida real: A mãe do amor (2ª parte)...

E continuando sua investigação a funcionária pergunta:

_ E as outras crianças? Quem são? Quantos anos têm? E o que fazem?

_ Cláudia e Júlia são as mais velhas e agora de manhã ficam em casa e me ajudam nos afazeres do lar e nos cuidados com a horta. E abrindo a porta dona Maria mostra a horta com legumes e folhas bem verdinhas.

_ E as outras? Pergunta novamente Ana Clara.

_ Os quatro menores são Antonio, Pedro, Ângela e Ana, que estão ainda nas séries iniciais e estudam na escola aqui perto.

_ Eles vão sozinhos?

_ Não! Eu não gosto de deixá-los ir só e assim os acompanho e acabo conversando com a diretora da escola para ver como estão indo e como vai o comportamento...

Dona Maria é interrompida pela algazarra que fazem os filhos ao descer a escada para o café, todos cumprimentam a moça e beijam a mãe, aos menores alguns minutos no colo e muitos afagos.

Ana que tem só sete anos traz a escova para que Maria pentei seu cabelo, ela o faz com muito carinho e depois arruma o uniforme da menina e diz:

_ Sabia que Ana quer ser juíza! Diz a mãe a assistente.

_ Por quê? Pergunta a assistente.

_ Para não deixar nenhuma criança na rua. Responde a menina.

_ Ela é entusiasmada e vai longe! Diz a mãe sorrindo.

As crianças se sentam à mesa e proferem uma oração pequenina que diz assim: “Papai do Céu obrigado pelo alimento e pelo novo dia, nós te amamos muito, nos ajude a sermos bonzinhos hoje. Amém!”

Depois do café, Cláudia traz nos braços a pequena Clara que tem oito meses, dona Maria pergunta se já foi trocada ao que a filha mais velha responde afirmativamente, pega-a no colo para os afagos e a mamadeira, que esta suga ligeiro.

Todos de dentes escovados e arrumados e com a Clarinha no carrinho de bebê saímos em direção à escola, os quatro à frente em fila dois a dois de mãos dadas e dona Maria atrás com o carrinho conversando e cantando, duas quadras depois se avista a escola, onde a diretora recebe na porta as crianças e conversa por alguns minutos com dona Maria. Ao deixar a escola ela avisa a diretora que Júlia virá buscá-los.

De volta a casa de dona Maria que tem o cuidado de virar o carinho do bebê para ela para que este não pegue vento no rostinho, pois está meio frio.

Ao chegar em casa ela sobe e Ana Clara a acompanha e vê os quartos, ambos com banheiro, sem ajulezos, mas limpinhos. Júlia já preparou as duas banheiras para o banho dos bebês.

_ Para que duas banheiras dona Maria? Pergunta a assistente.

_ Para banhar os bebês!

_ Que bebês?

_ Clarinha e o nosso Zequinha.

Enquanto Júlia banhava a Clarinha, dona Maria buscou um menino franzino, que parecia ter idade, mas não era normal, deitou-o sobre a cama e limpou-o e depois o conduziu para o banho.

_ Ele tem problemas?

_ Ele tem uma deficiência mental e é paralítico, mas é um bom menino e beijando o filho comoveu-se.

A assistente saiu por alguns minutos para enxugar as lágrimas.

Banhado e limpinho a criança era só sorrisos. Dona Maria colocou Clarinha no berço, pois está estava pronta para dormir e ligou uma musiquinha, e então descemos com o Zequinha para o térreo, onde ela deu-lhe a refeição do café da manhã: uma papinha de frutas batidas e uma mamadeira de leite norninho.

O feijão já estava no fogo, à máquina já estava ligada e as meninas já tinham molhado a horta e os quartos estavam arrumados e limpos, então dona Maria passou a lavar a louça do café e não demorou para Cláudia aparecer com as verduras e legumes do almoço.

Todos se ajudavam era uma verdadeira família.

Continua...