Cap. XLVIII O Poder do perdão: No hospital

Susan foi visitar a mãe e se certificar que ela conhecia a história de seu pai e Carmem.

Depois de algum tempo que ela e a irmã estavam conversando com Ângela, Susan tomou coragem e perguntou:

_ Mãe, você sabia que papai pretende se casar?

_ Sim! Eu sei e acho que ele não poderia ter feito melhor escolha.

_ Você a conhece? Perguntou Susan espantada.

_ Sim. Ela vinha aqui todos os dias em que estive em coma.

_ Como assim? Quis saber mais.

_ Apesar de eu não poder me mexer e me expressar como gostaria, eu podia ouvir a tudo e a todos. Tudo o que era falado.

_ Oh! Mãe me perdoe. Disse Susan se lembrando de todas as coisas ruins que disse para a mãe nos primeiros instantes em que se encontrara com ela.

_ Que isso minha filha, você não tinha como saber o que acontecia, julgou com o que sabia e sentia. Esta tudo bem! Finalizou Ângela abraçando a filha.

_ Ana sempre soube! Completou ela meia triste.

_ Não é bem assim, eu só não julguei de pronto porque tive medo de cometer alguma injustiça. Já que não nos é licito julgar ninguém. Mas o mais importante você fez Susan que foi reconhecer o erro e voltar atrás, não é mamãe? Perguntou Ana.

_ É claro minhas filhas, vocês foram sem duvida nenhuma jovens muito corretas e é isso que importa na vida, é estarmos sempre corrigindo os nossos erros e rumando para dias mais felizes.

_ Apesar de papai querem casar com outra, eu estou feliz. Disse Susan.

_ É isso que importa que estejamos todos felizes com a felicidade daqueles que amamos. Arrematou Ângela.

Depois daquele dia no hospital Susan se tornou mais amigável com Carmem, que se esforçou para tornar-se cada vez mais querida por todos.

Álvaro visitou Ângela para lhe agradecer pelo apoio ao seu casamento. Depois dos agradecimentos Ângela emendou:

_ Sinto que lhe devia isso.

_ Você não me deve nada, Ângela! Mas eu agradeço o que fez por mim e Carmem.

_ Sabe Álvaro, eu sinto que lhe devo sim; pois aceitei casar-me com você sem amá-lo como devia. E todos nós merecemos ser amado.

_ É, mas tudo isso só aconteceu porque eu busquei o caminho errado.

_ É parece que todos nós. E devemos agradecer a Deus pela oportunidade de repararmos os nossos erros. Disse Ângela e mentalmente completou: enquanto estamos a caminho.

_ Com certeza! E segurando sua mão abraçou fraternalmente aquela que fora a maior loucura de sua vida, a sua grande paixão. E depois saiu do quarto pensando na diferença entre o sublime amor e a paixão enlouquecedora que sentirá no passado por ela: Ângela! Dizia o nome quase como um desabafo, que fazia a si mesmo.

Ângela envolta em seus próprios pensamentos sentia-se leve como se quitasse uma grande divida para com aquele irmão, que lhe parecia agora mais caro ao seu coração do que no tempo em que foram casados.

Pensava ela como tudo se encadeava no universo, somos como peças de um grande quebra-cabeça, no qual só é possível ver a beleza da pintura, depois que todas as peças se encontram nos seus devidos lugares. E assim ficou até ser desperta de seus pensamentos pela presença de Carlos no quarto. Foi com alegria que ela o recebeu, alegria essa que explodia no brilho de seu olhar.

Carlos, porém estava sério e com ar preocupado.

_ Carlos, o que foi?

_ Eu queria saber com vamos fazer para desfazer tudo isso?

_ Carmem me disse que o seu irmão vai encerrar o caso contando a história por cima sem revelar todos os fatos e pedindo os documentos que usei para arquivá-los e me devolvendo a minha verdadeira identidade e eximindo você de qualquer responsabilidade uma vez que eu me encontrava desmemoriada e se fazia necessário me identificar diante da sociedade e que provavelmente pagaremos uma multa uma vez que não lesamos ninguém e nenhuma instituição. Ele também já conversou com um juiz amigo dele e assim será feito pagaremos o que for pedido pela justiça e estaremos livres.

_ Ângela na verdade não foi por isso que eu vim aqui, eu gostaria de saber se você quer viver ao meu lado? Depois de tudo o que eu fiz e tudo o que sofremos por causa disso. Da dor que causei as suas filhas...

_ Carlos de tudo o que passei estar com você foi um dos melhores momentos da minha vida. E quanto as minhas filhas tenho certeza que não hão de te guardar mágoas e foram elas as grandes prejudicadas, afinal eu se quer me lembrava de suas existências.

Carlos e Ângela se abraçaram, se beijaram e ficaram ali por muito tempo envolvidos pelo grande amor que ambos sentiam um pelo outro.

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Tudo no mundo pede reparação e não há nada que o amor não possa reparar.

A falta de justiça aparente do mundo é também acionada pela Misericórdia Divina nos processos de reparação de nossas faltas.

Nunca se iluda, pois Deus está e sempre estará no comando de tudo.