Cap. XLVII O Poder do Perdão: Em casa
Carmem esperava pelo irmão, que após deixá-la em casa retornou para a delegacia.
Na delegacia Magalhães examinava o inquérito sobre o desaparecimento de Ângela enquanto passava a mão pelo rosto puxando a barba cerrada que conservara nos últimos anos. Relembrava da história contada por Ângela e pelo próprio Álvaro, meu Deus se lembrava agora que era com ele que Carmem queria se casar. Será que ela ainda queria se casar com ele depois de tudo o que ficara sabendo?
Parecia que Ângela e Carlos eram sinceros, mas o que fazer? Simplesmente encerrar o caso sem dar maiores explicações seria isso certo? Indagava-se ele.
O caso era de desaparecimento poderia dizer que ela voltará e que estava bem e que havia desaparecido porque estava desmemoriada, mas isso era a verdade, porém era só meia verdade, meu Deus me ajude a decidir, por favor! Pedia ele a Deus.
Resolveu então ir para casa, ao entrar deu de cara com Carmem, que o esperava com certa ansiedade.
_ Que bom que chegou! Eu tenho algo para lhe falar.
_ O que é?
_ Você já decidiu? O que vai fazer com relação ao caso?
_ Não sei o que fazer! Respondeu Magalhães.
_ Magalhães, meu irmão eu tenho que lhe dizer que tudo isso é muito importante para mim também...
_ Como assim? Interrompeu ele, com um ar de preocupado.
_ Eu e Álvaro resolvemos nos casar.
_ Como?
_ Ele me pediu lá no Hospital antes daquela conversa toda começar.
_ Você ouviu tudo o que ele fez para ficar com aquela mulher, ele não me parece ser tão bom quanto mamãe afirmava.
_ Ele é bom! Eu o amo e estou esperando um filho dele.
_ Como? Perguntou ele caindo em uma poltrona que estava próxima.
_ É isso mesmo, que você ouviu.
_ Você esta grávida?
_ Sim, estou! E preciso de sua ajuda para poder viver em paz. Eu sei que você vai pensar nisso com carinho. Magalhães eu te amo muito e não estou lhe pedindo nada que não possa fazer. Carmem beijou e foi para o seu quarto deixando-o na sala com os seus pensamentos.
Era domingo e Álvaro levantou-se cedo e esperou que as filhas acordassem para conversarem sobre tudo.
Assim que as meninas acordaram e tomaram o café da manhã ele já as esperava no escritório para lhes falar sobre Ângela, ele e Carmem.
_ Minhas filhas! Começou ele cerimonioso.
_ Lá vem bronca! Resmungou Susan.
_ Ou algo importante! Emendou Ana.
_ Vocês vão me deixar falar ou não?
_ Fala papai! Responderam as duas em coro.
Álvaro então narrou toda a história, o amor de Ângela por Carlos, o que ele fez para se casar com ela, a traição e a amnésia dela, a sua vida com Carlos, e o reencontro e o acerto de contas da véspera. Ele contou tudo sem omitir nada.
_ Papai! Disse Susan com lágrimas nos olhos.
_ Eu gostaria que vocês me perdoassem, mas de todas as coisas que fiz nesta vida, gostaria que vocês soubessem que são: o meu maior orgulho!
Ana levantou-se e correu para abraçar o pai e Susan esperou um pouco, mas depois levantou e abraçou-o.
Na sala ao lado Camila e Carmem esperavam ansiosas o momento de entrarem no escritório.
_ Ainda tem mais uma coisa que eu gostaria de dizer para vocês. Há quatro anos papai se envolveu com alguém especial, porém nunca a trouxe aqui porque achava que vocês não iriam gostar, mas sua mãe me disse algo que me fez pensar ela me disse para amar quem me ama e que Deus estava dando-me uma nova chance de ser feliz com essa pessoa.
_ Quem é ela, papai?
_ Não é a sua secretaria? É?
_ Não. Ela se chama Carmem e vocês não a conhecem?
_ Mas, você disse que mamãe a conhece?
_ Por que elas se tornaram amigas durante todo esse tempo que sua mãe esta no hospital.
_ Eu gostaria de conhecê-la! Disse Ana.
_ Eu também! Mas, depois eu gostaria de ir ver a mamãe. Certo?
_ Tudo bem!
Álvaro chamou Carmem e Camila que entraram na sala e após alguns minutos de silêncio as meninas se manifestaram.
_ Oi! Eu sou Ana e se você fizer o meu pai feliz eu também fico feliz por vocês dois.
Carmem retribuiu ao cumprimento com um abraço carinhoso.
Susan demorou um pouco mais, mas depois de um tempo disse algo que pareceu um cumprimento. Ao que Carmem respondeu com um: _ Oi!
_ Bom! Pai nós já conhecemos ela e ela já nos conheceu. Agora eu posso ir ver minha mãe? Disse Susan meio contrariada.
_ Tudo bem!
_ Não liga não, ela gostou de você. Disse Ana ao sair do escritório. Ah! Propósito, bem-vinda a família.
_ Ah! Meu Deus! Nunca estive tão nervosa. Disse Carmem.
Isso fez com que Camila e Álvaro risem.