Cap. XLII O Poder do Perdão: O dia seguinte e a visita de Álvaro a UTI

No dia seguinte quando as meninas saíram para o hospital Camila não estava mais em casa.

Camila havia saído cedo a fim de contar ao irmão tudo que havia acontecido e para saber dele o que havia acontecido aquele dia na firma.

Quando Camila chegou Álvaro já estava de pé e vestido para ir ver Ângela, esperava com ansiedade.

Camila então lhe relatou toda a história e lhe perguntou o que havia acontecido na firma aquele dia, pois era obvio que ela estava ali e que alguma coisa a fez perder a memória, mas o que? Essa era a pergunta que Camila fazia ao irmão quando as meninas entraram e foram logo se queixando porque a tia não tinha esperado por elas.

_ É que eu queria ver se o seu pai estava bem! Justificou.

Então todos seguiram ansiosos para a UTI, onde após algum tempo de espera Álvaro adentrou-a.

Com as lembranças daquele dia fatídico a lhe perturbarem a mente, revendo em sua tela mental o deslize que dera na noite anterior aquele dia e o beijo na escada na frente da firma, meu Deus seria isso que lhe perturbara tanto a ponto de fazê-la perder a memória, mas porque ela iria procurar justamente Carlos o seu antigo amor, sua mente convulsionava quando olhou para ela deitada no leito da UTI e sentiu seu coração pulsar desesperadamente como ela estava bela e seu rosto apesar de apresentar os traços da idade conservara a beleza que lhe era uma característica.

Perturbava-se diante daquela figura de mulher que amara com tamanha paixão, que fora capaz de embriagá-la para tê-la em seus braços. Seus erros agora lhe saltavam aos olhos e sua consciência se agitava em desespero profundo, com certeza estava sendo castigado e as lágrimas rolavam em sua face enquanto seus joelhos se dobraram e sentiu-se cair ao chão.

Não tinha coragem para chegar mais perto, lembrou-se de Carmem e não teve força para beijar nem tocar aquela que fora ou era ainda aos olhos dos homens sua esposa querida, a quem ele amava com paixão, mas que diante da lembrança de Carmem sentia-se quase que tolhido a respeitá-la como sua companheira que esta era.

Depois de algum tempo o enfermeiro entrou e ao vê-lo ao chão ajudou-o a se levantar e pediu para que ele saísse já que não se sentia bem, ao que ele falou:

_ Só mais um minuto, por favor?

_ Tudo bem! Consentiu o enfermeiro.

Álvaro se aproximava da cama e olhando bem de perto lhe sussurrou que perdoasse suas atitudes passadas. E sem coragem para beijar o seu rosto apertou-lhe a mão e alegrou-se ao sentir que Ângela lhe retribuía o aperto e ao ver em seu rosto duas lágrimas que rolavam em sua face, que lhe parecia angelical.

Álvaro sai da UTI extremamente emocionado para desespero de Carlos e Carmem que se encontram próximos separados apenas por um vidro, que impede a identificação de ambos por ele e pela família dele, que buscavam abraça-lo naquele momento de desespero.

****

A confiança em Deus é um antídoto para todo e qualquer dificuldade da vida.