Cap. XXXVIII O Poder do Perdão: O fim da jornada
Gerald sentia o remorso e pedia a Deus que lhe permitisse pedir perdão a todos que ele havia ofendido.
Já meava o mês de maio quando Gerald viu agravada a sua situação, sentindo a morte próxima pediu a Alfred que não o deixasse só no momento de sua partida.
Um dia Gerald acordou feliz e disse a todos que Pollyanna lhe havia perdoado, e que ela viria buscá-lo em breve, dias se seguiram em que Gerald melhorava a olhos vistos, porém numa manhã primaveril de junho foi tomado de indizível felicidade e proclamou a todos que Pollyanna estava no quarto e apontando para a parede dizia a Alfred e Justine:
_ Olha é ela! Como esta bela!
Justine chorava enquanto Alfred orava pedindo a Deus que recebesse aquela pobre alma em teu reino.
Olhos fixos no vazio do quarto estendia os braços como se quisesse abraçar alguém, de repente um gemido e tudo estava findado, pois Gerald já não estava mais entre eles e Justine e Alfred choraram o choro da saudade.
No plano espiritual tudo se desenrolara diferente, a misericórdia divina anuindo ao pedido da mãe de Gerald, que era um espírito com mérito e com trabalho prestado em nome do Senhor, transfigurou-se na figura de Pollyanna para buscar o filho enfermo. Este no momento em que lhe registrou a presença e as emanações de amorosidade, desligou-se com facilidade do corpo físico. Sendo conduzido adormecido pela mãe que o levou a um hospital para o refazimento espiritual.
Nos dias que se seguiram ao sepultamento tudo começou a mudar, as terras começaram a ser divididas e muitos outros foram convidados para morar naquele lugar, onde já se edificava uma igrejinha.
Numa bela manhã de outubro Guido, que também recebera um pedaço de terra, porém não se conformava com isso buscou Alfred em particular e com uma faca tirou-lhe a vida gritando histérico que um negro não poderia ter tanto.
E apesar do socorro dado pelos amigos que ouviram os gritos e acorreram na igrejinha já não havia o que fazer, a vida de Alfred se acabara ali.
Justine não resistindo a essa última tristeza partiu de um ataque fulminante do coração, restando apenas o velho Robert, que deu seqüência às vontades de Alfred, mas logo sucumbiu a velhice.
A vila prosperou e negros e brancos viveram em harmonia por um tempo. Antoniete entregou Guido ao xerife, mas este não fez nada, pois achava que a morte de um negro nada valia.
Antoniete ficou doente e sem ter quem a socorresse acabou morrendo.
Guido fora emboscado e morto.
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Nada fica sem resposta, tudo na vida é oportunidade de melhoria, quem aproveita colhe os frutos quem desperdiça paga o preço e tem que recomeçar várias vezes até melhorar.