Cap. XXX O Poder do Perdão: Volta ao Lar
Numa manhã de primavera chega aos portões da fazenda dois homens e um menino.
Joseph temendo ser traído pelas emoções pede permissão a Samuel para ficar sentado próximo ao cemitério da fazenda. Samuel deixa-o ficar e segue sozinho e logo e recebido por Gerald.
Gerald apresenta os filhos de Joseph como sendo seus e diz:
_ E só não vou lhe apresentar a minha esposa porque ela foi ao cemitério para rezar um pouco, mas breve estará aqui conosco. Eles seguem para a sala de reuniões e as crianças se dispersam pela propriedade.
Joseph pede a Reymond que fique junto dos animais sentado em baixou da árvore, que ele ira ver os túmulos.
Logo que se aproxima do tumulo de seus pais ouve uma voz, Pollyanna grita o seu coração, sente o corpo em febre, aproximasse mais e ouve a conversa.
_... Eu te amo, nunca deixei de te amar e agradeço a Deus a bondade de Gerald para conosco, deixando-me vir conversar com você todos os dias e a forma como ele trata nossos filhos... Quem está ai?
_Sou eu, Joseph!! Vim chamá-la, pois temos visita. Diz o filho dela.
Joseph (o marido) que estava atrás de um arbusto ouvindo tudo pode ver o quanto o pequeno Joseph havia crescido. Mas seu coração quase explodiu de felicidade quando viu os raios do sol fazer brilhar os fios de cabelos dourados que emolduravam uma face graciosa, que ele jamais pudera esquecer: era Pollyanna que ao vê-lo cumprimentou-o (lembrando-se que aquela época era proibido encarar) com um aceno de cabeça e ele quase não resistiu ao impulso de correr atrás dela quando viu para quem ela dirigia aquelas ternas palavras de amor, era para ele, ela estava lhe velando o tumulo, por que ela seria tão grata a Gerald se este fora quem o havia impedido de voltar para casa.
Mas agora ele estava ali e iria tirar tudo a limpo, quando já ia seguindo em direção a casa, ele se deparou com Sam, o seu servo mais fiel, que logo perguntou para onde estava indo? Joseph pensou um pouco, pois a essa altura da vida já não sabia em quem confiar.
_Eu vou ver o meu chefe, senhor Samuel.
_Não, não conheço não, você pode vir comigo até o estábulo, pode chamar o seu menino também. Vamos! Por aqui.
E Joseph e Reymond e os animais seguiram Sam, que os levou para o estábulo e lhe indicou onde tomar banho e onde era servida a comida e se quisesse esticar o lombo havia umas esteiras escoradas no canto do estábulo, ou então podem deitar no feno.
_Como é seu nome?
_Sam.
_Obrigado Sam! Disse o menino.
_Não tem de que. E o seu nome?
_Rudy e esse é meu filho Reymond? Apressou Joseph em responder e continuou.
_ ... Importa-se se eu perguntar quem era aquela senhora lá no cemitério?
_É a senhora Pollyanna esposa do senhor Gerald.
_Como?
_Senhora Pollyanna esposa do senhor Gerald. Falou novamente Sam.
_Pensei que o esposo dela fosse o senhor Porter. Falou tentando esconder a afetação da surpresa.
_E era, mas ele morreu. E ela não teve muita escolha.
_O que aconteceu?
_Por que quer saber?
_Servi durante a guerra com o senhor Porter, não sabia que ele havia morrido. Pensou rápido Joseph para que não fosse descoberto.
_Ele morreu e o homem que disse que ele tinha morrido por causa de urso, tentou matar o pequeno Joseph e o senhor Gerald foi quem o salvou de morrer, dona Pollyanna ficou grata e sendo ameaçada de perder tudo, casou-se com o senhor Gerald, que parece que gosta muito dela.
Joseph ficou pensando longamente sobre tudo o que ouvira e depois de muito refletir concluiu que Gerald devia estar por trás de sua morte, uma vez que segundo Sam o mesmo homem que disse que ele estava morto era o mesmo que havia tentado matar seu filho. E agora temia pela vida de sua esposa e filhos, o que fazer? Como deter este homem? Em pensar que ele o havia salvado da morte e pior que fora ele quem o trouxera ao seu lar, meu Deus! Meu Deus! Como pude confiar em uma pessoa assim? Olhando para o vazio e desperto de seus pensamentos quando sente um abraço forte, era o Pequeno Reymond, como ele o chamava agora. E assim ficaram por algum tempo.
Na casa de Gerald, ele e Samuel acertaram os acordos de compra de gado.
E Samuel gostou muito da fazenda e sentindo-se fisgado pela bela Pollyanna, cuja beleza e graça encantavam e por não conseguir dissimular muito bem pediu licença para se retirar a pretexto de resolver alguns assuntos com seu funcionário de confiança – estratégia usada para não se indispor com o dono da casa.
Durante alguns dias todos ficaram ali, Samuel conteve seus desejos, por que apesar dos hábitos às vezes rudes da lida com os animais, possuía princípios muito nobres e evitando a companhia e a presença da dona da casa conseguia conversar muito bem, sobre tudo.
Sam volta trazendo consigo o pequeno Alfred, seu filho com uma jovem negra que morreu durante o parto do pequeno, desde então ele cuida do menino, que é apadrinhado por dona Pollyanna, que trata seus funcionários com carinho e humanidade, e isso contribui e muito para que a fazenda seja uma das mais prospera da região.
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Quando somos atraídos para algo ou alguém e isso simboliza ofendermos ou ferirmos alguém se faz necessário que nos afastemos do meio e até mesmo do objeto ou pessoa em questão, para refaçamos nossas energias e reforcemos os nossos princípios para dar o bom testemunho diante das provas da vida.