Cap. XXVII O Poder do Perdão: O acordo

Depois de quatro dias, Gerald despertou consciente e sem febre e viu que todos estavam a sua volta: Pollyanna, Anne Mary, Joseph (o pequeno) e Eleanor, por quem tinham um carinho especial.

Após todos lhe dizerem algo carinhoso se retiraram do quarto deixando-o a sós com Pollyanna, que cheia de decisão lhe contou o sonho e disse que o casebre ficava uns quilômetros do rio onde Peter disse que o urso havia atacado Joseph.

Gerald estremeceu, seria verdade que Joseph estava vivo, e se fosse ele logo viria até ali para roubar-lhe sua família, seu corpo sentiu se em febre de novo.

Foi então que um raio de vida o fez recobrar a sanidade e as forças, Pollyanna lhe disse para ir ver se o sonho era verdade e se não fosse, que ela se tornaria sua esposa de verdade. Neste momento ele pareceu renascer e recobrar todas as suas forças, levantou-se e disse que iria reunir alguns homens para realizar a busca imediatamente, porém Pollyanna o deteve dizendo, que já era noite. E ele então lhe respondeu que sairia assim que o sol raiasse, mas como era inverno isso era difícil de ocorrer por ali.

No dia seguinte antes que qualquer um se levantasse na casa, Gerald já estava em pé e acompanhado de cinco homens de sua total confiança entre eles estavam o irmão de Paul: Ralf, que lhe era extremamente grato, pois Gerald havia salvado a vida de Paul durante a guerra. Ralf com certeza faria tudo que Gerald pedisse e era com isso que ele contava para acabar com Joseph se este estivesse realmente vivo.

E os outros por dinheiro fariam o que lhes mandasse, e dinheiro não era problema para Gerald.

Algumas horas depois que saíram, Gerald pediu para que todos parassem, a fim de explicar a situação. Então disse ele aos homens:

_Todos vocês sabem que eu me casei com a esposa de Joseph, após ela ter enfrentado inúmeros problemas de ordem legal, porém agora chegou aos nossos ouvidos que um homem vem se passando por Joseph, provavelmente é um farsante, que achou o corpo e surrupiou-lhe os documentos, mas... (ele fez uma pousa, e com os olhos observou a reação dos homens, como quem sonda, a fim de identificar com quais homens poderia contar).

_Vamos pegar esse farsante!!! Responderam os homens quase a uma só voz. Outros impropérios foram ditos. A ira era como pólvora jogada ao fogo e explodia em gestos de raiva e palavrões.

_Mas, eu gostaria que checássemos antes de qualquer atitude. Vamos margeando o rio afim de que possamos de longe identificar o casebre e examinar o seu movimento, para tomarmos uma atitude que não prejudique a nenhum de meus homens. Então, vamos!!! E todos os homens o seguiram certos de que estavam preservando a memória de Joseph e de sua esposa Pollyanna, que segundo a lei poderia ser presa ou até morta.

Quando eles encontraram o casebre, Gerald sentiu seu coração bater forte, pois tudo era igualzinho a descrição feita por Pollyanna.

Logo perceberam que saia da casa um casal, o homem levava um machado e a mulher levava um balde e se dirigiu em direção ao rio e Gerald mandou que os homens se escondessem. E foi ao encontro da mulher, esta quando o viu se assustou e quis correr, mas logo parou ao ouvir o nome de Joseph.

_Como disse senhor? Perguntou Lindy.

_Sou amigo de Joseph Porter, ele desapareceu alguns meses atrás e estamos procurando por ele. Por acaso a senhora saberia informar se ele passou por aqui ou se encontrara o seu corpo? Perguntou Gerald.

_Eu e meu marido Robert o encontramos no rio já semi morto, mas graças a Deus, ele está bem agora. O senhor deseja vê-lo?

_Sim, mas antes preciso informar os meus homens que o achei e depois virei buscá-lo mais tarde e pagarei a vocês pelos cuidados prestados a Joseph. E antes que Lindy pudesse dizer algo ele se foi.

Lindy sentiu um calafrio e voltou correndo para casa, onde narrou a história para Joseph, que já se encontrava sentado e brincando com o pequeno Reymond. Joseph ouviu a tudo com atenção e sentiu-se incomodado, pois se fosse seus amigos deveriam querem vê-lo imediatamente, foi então que lhe ocorreu um pensamento e se fosse alguém que o quisesse morto como o homem do rio que o havia atacado sem qualquer razão.

Joseph temendo pela vida de seus amigos e salvadores. Contou a Lindy suas suspeitas e sentindo-se mais forte, disse que iria buscar Robert.

_Você não sabe como chegar até na clareira? Leve Reymond com você e ele lhe mostrará o caminho.

_Eu posso levar o senhor com certeza, pois eu sou muito inteligente, eu sou quase um homem...

_Um homenzinho de oito anos. Completou a mãe, com ar de preocupação.

E assim Joseph e o pequeno Reymond saíram atrás de Robert.

Enquanto isso Gerald reuniu os homens para dizer que eram mesmos exploradores querendo ganhar dinheiro fácil e que eles estavam com os documentos de Joseph.

Os homens enfurecidos propunham-se a queimá-los vivos e assim eles se organizaram e em poucas horas estavam ateando fogo em tudo, Lindy apavorada não saiu, rezava e chorava quando ouviu os gritos do marido que surgia ao longe em desesperada carreira.

Longo que Robert se aproximou dos homens foi golpeado e seu corpo inerte foi lançado nas chamas que já ardiam altas em torno do pequeno casebre de madeira. Lindy, que vira tudo, agora gritava, chorava em desespero, mas silenciou quando viu pela janela do casebre em chamas, que Joseph segurava o pequeno Reymond e lhe tapava a boca para que este não gritasse. O estado debilitado de Joseph e a pequenez de Reymond os haviam atrasado e foi o que os salvou da fúria daqueles homens.

Joseph não entendia nada e entendeu muito menos quando viu entre os homens a figura de seu amigo Gerald.