Cap. XXVI O Poder do Perdão: O casamento
Pollyanna no impulso aceitou o pedido, mas jamais pensou em se tornar de fato a esposa de Gerald pensou que ele a pedia em casamento por pura gratidão, pois durante a guerra Joseph o havia salvado da morte.
Seguiram se os dias e todos os preparativos foram realizados e em meados de dezembro quando o inverno ficava mais rigoroso Gerald e Pollyanna se casaram em cerimônia simples em companhia de poucos amigos uma vez que ambos não possuíam parentes próximos vivos.
O juiz Laurence Cornell foi quem realizou o casamento e com uma felicidade mórbida, pois ele via a felicidade do noivo e a indiferença discreta da noiva que se casava apenas para proteger sua família dos ataques de alguns fazendeiros interesseiros.
Laurence podia protegê-la, mas achava melhor vê-lo sofrer ao lado de alguém que jamais o amaria, isso sim era um castigo entanto. Por alguns momentos sentia pena de Pollyanna, mas as lembranças de seu grande amor morrendo em seus braços lhe faziam esquecer-se de seu senso de justiça e de seu dever.
Gerald não se cabia de felicidade e Pollyanna com sua dor visível e incontestável não percebia os olhares amorosos e apaixonados, que o atual marido lhe lançava.
Após a partida de todos, Pollyanna colocou as crianças na cama, ela viu-se a sós com Gerald, que a contemplava apaixonadamente, neste instante ela percebeu suas reais intenções e sentiu um calafrio lhe subir pelo corpo.
Reunindo forças Pollyanna pensou rápido e disse a Gerald que ela se sentia grata por ele ter se casado com ela sem nenhuma intenção maldosa.
Gerald estremeceu sentiu-se mal e tentou disfarçar toda a sua raiva, como aquela mulher poderia repeli-lo de forma tão digna, justo ele que havia feito de tudo para ficar com ela, recompondo-se e levantando-se, despede-se e segue para seus aposentos. Ao fechar a porta extravasa toda a sua dor e raiva, dirigisse até o armário de bebidas e bebe até entorpecer a consciência, dorme um sono turbulento e cheio de pesadelos. Ele poderia ir lá e exigir os seus direitos de marido de dono dela, afinal quem era aquela mulher que com um sorriso nos lábios o impedia daquela forma.
Gerald era um homem endurecido, mas ele amava profundamente aquela mulher, a ela ele dedicava tudo de bom que existia em seu ser, ela era a luz no lamaçal de sua alma.
Pollyanna no quarto ao lado dormiu profundamente após deixar rolar as lágrimas de sua dor, seu sono foi tranqüilo e se viu diante do marido, que estava em um leito muito pobre em um casebre, onde um casal o assistia, seu coração se encheu de felicidade, via o marido vivo. Aproximando-se do leito beijou lhe as mãos e este abriu os olhos dizendo o seu nome, ela chorou.
Ela então desperta em seu quarto com o coração plenamente restabelecido e sentindo uma felicidade impar corre até o quarto de Gerald, que já não se encontrava mais na cama.
Ela então desce as escadas doida para lhe contar o seu sonho e pedir para ele ir ver, se era verdade, pois lhe pareceu tudo tão real.
Gerald havia saído cedo, pois não suportaria tomar café com aquela mulher, que parecia agora mais intocável do que nunca.
Pollyanna esperou por Gerald o dia inteiro, ansiosa para que ele chegasse, quando ele chegou já era noite alta. E ela já temia pela sua vida e foi alegre que ela o viu entrar pela porta.
_Gerald, que bom que você chegou! E correu a abraçá-lo.
_O que foi, aconteceu algo? Gerald não conseguia disfarçar sua satisfação e se pudesse a reteria em seus braços.
_Foi um sonho que tive com Joseph, mas eu lhe conto amanhã, venha comer alguma coisa porque pelo jeito você não comeu nada hoje.
_É. Gerald não teve coragem de perguntar sobre o sonho sentia-se em febre.
_Você está bem, Gerald? Perguntou Pollyanna aproximando-se e tocando-o, ele ardia em febre.
_Meu Deus, venha se deitar.
E correndo acordou Justine, que veio com água e panos para as compressas. Pollyanna passou a noite inteira em claro cuidando de Gerald, que entre um delírio e outro suspirava e dizia o seu nome. Ela sentia se comovida pelo seu amor, mas e se o seu sonho fosse real e o marido estivesse realmente vivo. Mas por outro lado não lhe parecia justo ver aquele homem bom sofrer e não lhe corresponder afinal ele era o seu marido. E ele por melhor que fosse um dia iria lhe cobrar o que lhe era de direito.
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Nossas responsabilidades diante de nossas escolhas sempre reclamam nossa ação.