Cap. XXII O Poder do Perdão: O retorno ao passado

Após o acidente Júlia entrou em coma, que é um sono profundo, e assim ela foi conduzida a se lembrar de seu passado (de uma outra vida) pelos amigos do invisível, que eram seus anjos tutelares.

E se viu jovem, alegre e sorridente ao descer longa escadaria de madeira talhada com ornamentos que lembravam ouro, enormes cortinas desciam do teto cobrindo janelas e portas, observará pela porta aberta enormes campos verdes, onde trabalhavam grande número de escravos. Ao sair na sacada da janela pode ver ao longo enormes celeiros, onde abrigava-se os escravos e a produção e a poucos metros um enorme estábulo, onde se podia ver cavalos de raça.

Com um olhar de quem observa tudo, com certa saudade e tristeza, virou-se e deparou-se com enorme espelho e então viu com surpresa a figura de uma jovem loira, olhos azuis como o céu, a pele rosada como um pêssego no ponto de colher, em um vestido branco que lhe cobria até os pés, a cintura finíssima, era sem dúvida uma jovem muito bela. Júlia percebe que essa jovem era ela.

Vira-se e vê um senhor bem vestido, gordo e de modos brincalhão que vem ao seu encontro e lhe abraça ternamente e diz:

_ Então é hoje, que você vai ficar noiva? A nossa menina cresceu Mary, como está bela.

_ É sim, John. E em pensar que dentro de uma semana ela estará casada e feliz. Diz uma senhora de belo porte, sua mãe.

Júlia (Ângela) vira-se e vê entrar em casa um belo rapaz, com olhos cor do céu, cabelos anelados, pele queimada pelo frio rigoroso daquelas paragens, seu coração bate descompassado, forte emoção toma o seu ser e a faz tremer, aquele jovem de sorriso franco, alegre, apaixonante aproxima-se e beija-lhe a face, era o seu noivo.

Em poucos dias eles se casam e a felicidade se faz completa com a chegada de seus filhos: Ane Mary, Joseph e Eleanor, no decorrer dos anos que passam tranqüilos.

Pollyanna era como se chamava, seu esposo se chamava Joseph Porter, mas Júlia reconhecia nele a figura de Carlos.

Com a revolução a espreitar Joseph Porter é chamado a apresentar-se para a luta.

Numa das visitas do general Gerald kenedy ao seu subordinado este o convida para jantar em sua casa, que ficava a poucos quilômetros de onde eles montaram acampamento.

Quando Gerald colocou os olhos sobre a bela esposa de Joseph Porter, ele foi arrebatado por tanta beleza e graça e a partir daí não pôde pensar em outra coisa a não ser possuí-la.

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Desejar aquilo que não nos pertence é ir contra os desígnios de Deus, é revoltar-se com a Vontade do Pai.

Amar significa saber renunciar aquilo que deseja em respeito à Vontade de Deus.