Cap. XX O Poder do Perdão: A conversa de Carlos e Lucas
Júlia fica no rool de entrada do quarto pensando que naquele dia ela quase perdeu tudo que mais amava na vida: seu filho e seu marido.
Por que ela sentia em seu intimo que não poderia mais reter aquela criança agora que sabia a verdade, mas que ela poderia pelo menos vê-lo, enquanto que se perdesse o marido, só em sonho poderia ter o consolo de reencontra-lo.
Seu coração se comprimia pensando porque não se lembrava do passado mesmo depois de tanto amor e dedicação, e assim ficou envolta em seus pensamentos.
Após a saída de Júlia do quarto Lucas explicou a Carlos o que havia acontecido e este pareceu recobrar todas as suas forças e sua lucidez.
_ Porém eu acho que você deve contar para ela toda a verdade?
_ Ela é tudo que tenho na vida e não abrirei mão dela por nada nem por ninguém.
_ Mas, eu posso contar.
_ Então, você também pode assinar o meu atestado de óbito, pois não existe nada que me prenda a vida, e depois ela poderia não se lembrar e sofrer dobrado, por que você vai levar nosso filho e a mim também.
Nesse instante Júlia retorna ao quarto com lágrimas nos olhos pedindo ao doutor que lhe deixasse ao menos o esposo, uma vez que estava lhe retirando o filho querido e o médico assentiu com a cabeça dizendo que o paciente já estava ótimo.
Júlia se aproxima da cama e enche de beijos o marido amado, Lucas compreende que aquela mulher amava verdadeiramente aquele homem. Compreende o sofrimento do amigo, pois com certeza a pessoa que mais sofria ali era ele.
Depois de alguns dias Júlia e Carlos recebem Lisa e Lucas que vêm conversar sobre o pequeno Lucas.
Lisa conta para Júlia que foi com grande alegria que ela recebeu a noticia do reencontro de Lucas com o filho, pois isso lhe devolveu a vida, este homem é outro, nunca o vi tão animado, vivo. Ele até falou de ampliarmos a família o que para mim é uma grande alegria, Lisa calou-se vendo a emoção que tomou conta de Júlia, ela lembrou-se que não poderia mais ter filhos.
Lucas prometeu a Carlos que jamais contaria nada a Júlia, pois ela poderia mesmo nem lembrar uma vez que durante todo esse tempo ela jamais se lembrou.
Com a partida de Lucas, ou melhor Thiago, a casa de Carlos e Júlia se tornou imensa, cheia de lembrar de dona Lourdes, do pequeno Lucas e outras que só Carlos possuía.
As famílias se comprometeram em visitar-se freqüentemente e o pequeno Thiago dizia para todos, que era muito sortudo, pois tinha duas famílias.
***
Todo o sofrimento é resultado de nossa semeadura, só colhemos o que plantamos.