Cap. XI O Poder do Perdão: O sonho

Júlia acordou entusiasmada com o sonho, que tivera aquela noite, pois lhe dizia onde buscar por novos conhecimentos.

Ela devorava as páginas do evangelho numa rapidez insaciável. Ela queria mais, muito mais, mas naquela família só Clara havia se interessado pelo espiritismo. Apesar de dona Lourdes, conhecer muito dos princípios espíritas, ela se considerava católica fervorosa.

Ângela sonhou com uma livraria, onde um senhor todo de branco muito alegre com aspecto de médico, lhe dizia para entrar.

O mais interessante é que na semana passada ao voltar do Shopping para casa, ela se lembrava de uma livraria, parecida com aquela do seu sonho.

No mesmo dia Ângela, que agora era Júlia, foi à livraria, onde encontrou toda a obra Kardequiana, ou melhor dizendo dos Espíritos.

Começou a estudar, pois assim poderia compreender tudo que lhe acontecia.

Voltou à loja várias vezes, até que chamou a atenção do dono para si. Um senhor de meia idade que perguntou a Júlia se ela não gostaria de freqüentar um centro.

_ O que é isto? Indagou Júlia.

_ Então, o Senhor João (o dono da livraria) muito solícito, lhe explicou o que era um Centro Espírita.

Com o passar dos dias Júlia convenceu Carlos a acompanhá-la ao Centro.

Com as palestras, Carlos sentia o peso de sua culpa e às vezes se esquivava de ir, mas Júlia não desistia e logo começou a trabalhar no Centro: evangelizando, dando palestras e cursos.

Conseguiu que a sogra a acompanhasse, levou também Maria e com o passar dos dias já eram todos espíritas, porém Júlia sempre notava uma tristeza em todos, que não compreendia bem, mas esperava que um dia Deus lhe permitisse extingui-la.

Era primavera e Júlia estava linda, era meiga com todos, amável e a sua presença em qualquer ambiente indispensável, graça dizia ela: “... a essa doutrina maravilhosa, que é o espiritismo!”

Com o passar dos dias Júlia sempre tinha sonhos, que se realizavam.

Então quando acordou naquela manhã primaveril e anunciou que uma criança chegaria a sua porta e todos ficaram pensativos.

Aproximou-se de Carlos e o beijou dizendo: “Deus nos dará um filho, por intermédio de outros”.

Carlos sentiu um frio em sua espinha.