Cap. X do Livro O Poder do Perdão: O rapto

Com o passar dos dias, eles se transformavam em meses e a cada novo mês o sofrimento de Lucas aumentava.

Ele quase não via o seu filho, pois a esposa sempre dava uma desculpa para lhe tirar o menino dos braços.

Na clínica ele se indispusera com dois funcionários, demitindo-os, semanas depois.

Os funcionários, que haviam sido pegos em roubo de medicamento, saíram sem nada e ambos se consideravam bons funcionários e sem uma religião que lhes guiasse a conduta logo se viram arquitetando a vingança.

José era o mais velho e solicitou a um amigo um carro emprestado. Enquanto que Godofredo alugou uma casa afastada da cidade.

Os dois pensaram em raptar a esposa e o menino daquele doutorzinho de merda, que sempre os olhava com soberba. Com o dinheiro que conseguiriam mudariam de vida. Com tudo combinado chega o dia.

Naquela manhã Claudia vai levar Thiago para vacinar, ao sair no portão nem nota o carro estacionado atrás do seu, esqueceu o cartão de vacina sobre a mesa, então solicita a sua babá que segure Thiago por um momento, volta correndo até a sala, pega o cartão e sai, mas não encontra nem a babá e nem Thiago.

No momento em que Claudia entra para buscar o cartão Godofredo vem por trás e põe um lenço embebido em uma substância sonífera, que faz com que ela desmaie e nesse instante José segura o menino para que ele não caia no chão, Godofredo joga a menina no banco de trás e José leva o menino nos braços enquanto Godofredo guia o carro para longe dali.

Algumas horas depois Claudia e Lucas recebem o telefonema dos seqüestradores, Lucas identifica a voz de Godofredo e grita com ele, este apavorado desliga.

Lucas chama a polícia, que logo sai à caça de Godofredo, apavorados eles pegam o menino e fogem deixando para trás a babá, usando o carro do amigo, mas perto de um posto de gasolina roubaram outro carro.

Quando a polícia solta a informação na televisão, logo uma senhora informa sobre o aluguel da casa, quando a policia dá uma batida na casa encontra a babá amarrada.

A babá reconheceu Godofredo como um dos seqüestradores, mas não conseguiu identificar o outro.

Com as buscas se intensificando, eles fugiram para São Paulo, como a cidade é muito grande não seriam localizados.

Em São Paulo sem emprego e com aquele menino, ao qual por alguma razão não conseguiam fazer mal, resolveram deixa-lo em uma casa abastada onde ele pudesse ser bem tratado.

Enquanto procuravam a casa, avistaram um jardim cercado por enormes grades, cujo portão se encontrava entreaberto, parando o carro perceberam que era o portão do fundo de enorme mansão, olharam em volta e não viram nada. Então José adentrou o jardim e colocou o menino entre os arbustos, onde ele ficou até ser encontrado por Maria.

Enquanto Godofredo levava o carro para longe dali, José ficou a observar até perceber que alguém o conduzira para dentro.

Nos dias que se seguiram ele veio várias vezes à mansão para observar o menino, que crescia em beleza e graça.

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Ninguém sai impune de suas ações impensadas.