Cap. VI do Livro O Poder do Perdão: Em São Paulo
Do aeroporto até a casa na Avenida Paulista, todos permaneceram em silêncio, pois todos estavam apreensivos, afinal Angela (Júlia) já havia estado ali, será que ela reconheceria algo? Essa era a pergunta que todos se faziam.
Ao ver o portão da casa, Júlia disse é essa! Ao adentrar os jardim que a tornavam ainda mais bela, Júlia se sentia tomada pela emoção.
_ Eu conheço este lugar. Afirmou ela.
_ Sim! Disse Carlos
_ Não me lembro direito das coisas, mas me sinto feliz aqui.
Ao entrar em casa, Júlia se deparou com fotos suas e de Carlos, por todos os lados, entre eles estava uma jovem que ela lembrou-se de cara.
_ É Clara! Onde está? Perguntou eufórica, ao perceber pelos rostos de todos que estava certa.
_ Ela morreu. Disse Carlos.
_ Não! Não pode ser verdade? Chorou Júlia sem parar, como se tivesse tomado conhecimento naquele instante.
_ Quando foi isso? Como aconteceu?
O choro sentido de Júlia comovia a todos. As suas indagações apesar de sinceras faziam com que dona Lourdes sofresse então ela se retirou para o escritório da casa.
Enquanto Carlos lhe contava como havia sido o acidente, omitindo claro a razão pela qual ele havia bebido muito e por isso Clara estava morta; dona Maria providenciou as acomodações do casal, não se esquecendo de colocar as fotos mais alegres dos jovens.
Quando Júlia subiu para o quarto a fim de se refazer das emoções sofridas e de descansar um pouco, Carlos continuou sentado na poltrona do escritório, onde rememorava aqueles dias fatídicos.
Lembrou-se que Ângela havia terminado o namoro de seis anos, por que se dizia interessada em outro. Pode ouvir os seus gritos de dor e revolta, ali mesmo naquele escritório. Ângela jamais começaria um relacionamento sem terminar outro, ela abominava a traição, dizia-se incapaz de perdoar. Mas é claro que Álvaro mesmo sabendo-a comprometida com outro lhe dava altas investidas e por se sentir interessada naquele homem ela me deixou para namorar e casar-se com ele. Naquele dia após Ângela ter terminado tudo ele quis morrer, pegou as chaves do carro e ia sair quando Clara vendo o seu desequilíbrio emocional entrou no carro e disse que iria com ele aonde ele fosse. Então sem parecer ouvi-la, saiu a cantar pneus, ele tinha bebido muito, mas estava de cinto e Clara não. Quando o carro bateu, ele sobreviveu e Clara voou para fora, tendo morte instantânea.
Foi ai que saiu de São Paulo e voltou para a cidade, onde seu pai morrerá. Construiu lá a Clinica, passou a viver na casa de sua infância, mas o mais importante era que ela morava lá, não havia se dado conta dessa verdade até agora.
Carlos sentiu-se com febre e uma dor no corpo, sentiu o coração opresso, a angústia e a culpa o visitavam naquele instante, sentiu uma imensa vontade chorar e chorou até o cair da noite, quando se percebeu em um quarto escuro e com barulho de batidas era Maria, que vinha lhe avisar do jantar.
Sem vontade alguma ele se levantou e abriu a porta e viu que todos o esperavam inclusive Júlia, que tinha o olhar triste e as feições abatidas pelas emoções sofridas naqueles dias.
Então subiu aos seus aposentou tomou um banho e voltou para o jantar, para o qual todos o aguardavam.
Durante o jantar não houve qualquer comentário, só o silêncio.
Ao se recolherem. Júlia estava apreensiva, pois está seria a primeira noite dela com o seu marido, mas este ao ingressar no quarto lhe perguntou se ela gostaria que ele dormisse em outro quarto. E ela meneou que não, pois sentia se incapaz de ficar só, então ambos deitaram mais não conseguiram conciliar o sono, em suas mentes havia inúmeras perguntas que gostariam de fazer, mas em decorrência dos últimos fatos se sentiam constrangidos de perguntar, enfim aos primeiros raios da manhã adormeceram.