Cap. II do livro O Poder do Perdão: O diagnostico: amnésia

Carlos tinha certeza que aquela era uma chance dele ser feliz com aquela mulher, que ele tanto amava. E justificava esse pensamento dizendo, que se ela estava ali era por vontade Divina.

Sem demora adentrou em seu consultório o seu grande amigo Dr Lucas, que era psicólogo e seu sócio no hospital.

_ O que houve? Qual a razão de tanta urgência?

_ Estou com um problema, apontou para Ângela, que continuava sentada na poltrona alheia a situação que a envolvia.

_ O que ela tem?

_ É isso que eu quero saber?

_ Como?

Então Carlos contou-lhe o ocorrido e o que pretendia fazer.

_ Então, deixe-me ver se entendi bem: você deseja saber o que ela tem para ficar com ela?

_ Sim. Afirmou ele balançando a cabeça.

_ Então, vamos ver. Disse Dr Lucas, que via naquele momento à oportunidade de se tornar proprietário de todo o hospital.

Carlos não podia ver como a cobiça brilhava nos olhos do amigo, pois só tinha olhos para ela, sua amada desde o colegial. Como estava linda, era uma mulher, sua beleza só era ofuscada pela tristeza, que lhe espelhava nos olhos azuis como o céu. Seus lábios vermelhos, pelo excesso de choro, como sentia vontade beija-los. Estava louco de amor, esse mesmo amor que julgava esquecido, mas que para despertá-lo bastou apenas á visão daquela mulher, que desde o seu casamento com Álvaro ele evitará encontrar, agora ele entendia a razão da distância.

Foi então, que ele percebeu que não poderia viver sem ela, mas porque razão ela estaria ali. O que havia acontecido? Queria saber, mas não a devolveria sem lutar por seu amor!

Foi então, que foi desperto de seus pensamentos pelo amigo, que já possuía o diagnóstico.

_ Ela tem amnésia?

_ O que?

_ Ela não sabe quem é?

_ Como assim? Perguntou Carlos com o coração aos pulos.

_ Ela deve ter sofrido um choque muito forte, que a fez esquecer-se de tudo, inclusive, que é casada e mãe. Ela não vai lembrar a mesmo, que a ajudemos! Disse o Dr Lucas como que a querer descobrir quais as intenções do amigo e como poderia usá-las em seu proveito.

_ Ela se esqueceu mesmo de tudo?

_ Sim!

_ Ela não vai se lembrar mais?

_ Depende.

_ Do que? Perguntou Carlos temendo a resposta.

_ Por exemplo: se ela encontrar o marido por acidente, ou uma das filhas, ou alguém que a conhece, afinal de contas ela é uma pessoa bastante conhecida.

_ E se eu me mudar com ela poderei ajudá-la a esquecer essa dor, esse lugar, essas pessoas. Disse Carlos automaticamente, que naquele momento não podia ver, mas estava envolvido por sombras escuras, que lhe induziam ao crime por paixão.

_ Sim! Disse quase exultante o Dr Lucas, que com essa decisão via a oportunidade de oferecer-se para comprar a parte do amigo no hospital e esse com certeza não recusaria, pois nunca o virá tão desejoso de algo como via em seus olhos naquele momento.

_ Então irei embora dessa cidade para sempre!

_ Teremos que combinar então algumas coisas! Disse o amigo quase exultante.

_ Faça como quiser! Que eu assinarei tudo!

_ Então desfazemos a sociedade, para que você não tenha que voltar aqui novamente.

_ Sim! Disse Carlos sem perceber como os olhos do amigo brilhavam de exultação.

Carlos levou Ângela para sua casa, onde existiam fotos suas com ela. Ao ver as fotos ela perguntou se eles eram casados.

O coração de Carlos exultava de felicidade, pois naquele momento ele percebeu que podia tê-la como esposa.