Nada é como foi nem nunca será
Os dias são iguais. Os dias não são iguais. Os dias não são iguais, mas parecem iguais porque não se presta atenção neles. Os dias não pareceriam iguais se fossem observados/vividos conscientemente. Com/ciência. Mas vivemos apenas vivendo, sem muita observação/reflexão. Não há um só minuto igual na vida como não há uma só pessoa igual na vida. Nem nunca houve. O movimento é contínuo e o que parece se repetir não se repete. Apenas se assemelha porque causas semelhantes vão gerar conseqüências semelhantes. Apenas semelhantes. Porque os agentes não serão os mesmos, nem o tempo e nem o espaço. Mesmo quando coisas semelhantes acontecem no que parece ser o mesmo lugar, apenas parece, pois o lugar já não é o mesmo. Até segunda ordem é isso que é. Pode haver uma contra-ordem, uma subversão. Pode, pela lei das possibilidades e das probabilidades. Mas não é certo. Até onde minha lembrança alcança e a memória de todos os homens, repassadas de um a um, nunca se soube que o Ordenador tivesse desordenado uma Ordem dada por ele próprio. E esta foi a ordem, movimento continuo. Embora alguns teimem em girar em círculos quando deveriam apenas ir para frente. Evoluir Pensam que progridem esses, que giram em círculos. Giram em círculos, mas já nem circulam pelos mesmos lugares. Nem são as mesmas pessoas. Só não evoluíram. Na metáfora da vida o caminho é a reta. Mesmo que não se aviste a chegada. Mesmo que não exista chegada. Uma reta continua pela eternidade. Esse é o caminho desejável. Não sei se foi o proposto. Não dá para saber nada. Não, por enquanto. Só caminhar. E enquanto o caminho existe é bom continuar perguntando. Pode ser que se encontrem as respostas. Ou a resposta. O que não se pode é desistir. Nunca.