A caixa das mentiras
Ligações grampeadas, escândalos televisivos, o crescimento das mentiras e contraversões da impresa. Tudo isso pinta um quadro abominável, onde as figuras se repetem numa cena do cotidiano: os abusos do jornalismo sensacionalista. Tornaram-se, de fato, inúmeras as atividades que extrapolam do poder da comunicação para propagar escândalos, angariando audiência. Nesse sentido, é necesário avaliar porque medidas éticas, fiscais e comportamentais limpariam o borrão de lama que se espalhou nos programas e noticiários semanais.
Antes de tudo, é preciso entender que a perda dos valores éticos tornou-se frequente em empresas que visam o lucro a partir do acúmulo de audiência. Por isso, tornou-se imprescindível condenar majoritariamente os meios que ultrapassem o limite do impessoal para os boatos desmedidos.
Vale lembrar que informar, expor e entreter são, acima de tudo, atividades que não permitem erros. A falta de controle e o pouco interesse em saber o que é dito à sociedade tornou o sistema governamental um caos desmedido. Diante dessa problemática, são essenciais ações fiscais que não imponham o que deve ser transmitido, embora eduquem e restrijam a formação de uma impresa concisa e de disponibilidade pública.
É fundamental ressaltar que a sociedade e os meios como ela se comporta constitui parte significativa dessa mudança. Ligar a televisão e gargalhar inconscientemente às custas do mal alheio agrava significativamente o problema que se gerou. É preciso, portanto, uma troca de informações mais saudável para descontruir o modelo de entretenimento sanguinolento e débil.
O direito à liberdade de informação torna-se, portanto, algo aliado à vida em sociedade, necessitando de respeito ao ser humano e conteúdo digno. Para isso, fica vigente a afirmação de que nada se constrói sem os pés no presente e a visão no futuro. Por isso, é preciso obstruir a entrada dos ladrões de liberdade pelas mídias para que não os tenhamos nas portas de nossas casas.