As peculiaridades da mudança

Tornou-se rotineiro na sociedade brasileira noticias e estatísticas que provam o aumento de homicídios, roubos e sequestros. Esse quadro pintado pela imprensa nos mostra que o problema da violência ultrapassa as barreiras socioespaciais, se tornando ativa tanto nas cidades quanto nas áreas rurais, através da força e repressão. Para barrarmos os avanços desses números é preciso reavaliar nossos governantes administrativos, como a sociedade se insere no contexto político, não nos permitindo cair no infindável universo de possibilidades corruptivas.

Nesse sentido, é preciso compreender que nossa sociedade se enfraqueceu devido às falhas administrativas, geradas por um poder político que não atua o quanto deveria. Contudo, o sistema controlador da legislação e repressor da violência necessitaria reformular seu modo de atuação por meio do povo, escolhendo conscientemente melhores representantes. Associado a uma intensa vigilância das propostas de campanha criaríamos uma sociedade com o objetivo claro e honroso de conter a violência pelas leis.

Mas para isso é preciso que se gerem associações rígidas e ativas, regendo e apresentando soluções para pequenos problemas sociais, causando, ao longo do tempo, grande impacto no que antes parecia sem solução. Os movimentos populares permitem que as camadas sofridas sejam escutadas, mesmo que através da forma de pressão.

Apesar de revolucionárias, essas propostas acabam por se tornar ineficientes numa sociedade descrente e cada vez mais longe dos valores éticos necessários para fazê-las valer. A corrupção, em todos os sentidos, impede que as ideologias rendam frutos. Como a imprensa, se tornando omissa e escondendo fatos e o Estado criando benefícios para os que o compõe, vê-se os reflexos em cidades com políticos bem remunerados e crianças ao relento. É preciso que a sociedade se modifique, transmute seus valores e não se deixe levar pelo tênue caminho das facilidades e simples planos.

Com isso, percebe-se que o povo possui em mãos a capacidade de transformar a realidade e fazer valer as legislações e regras sociais. Mas para isso, é preciso que o senso de justiça que nos permeia esteja em dia e conscientemente limpo. Numa sociedade em que se mostram cada vez mais altos os índices de mortes, ficamos para adotar uma política de consciência e de atitude social com a finalidade de diminuir, não apenas os crimes e roubos que nos cercam, mas, acima de tudo, os infortúnios da mente humana.

Tadeu Goulart
Enviado por Tadeu Goulart em 12/09/2009
Código do texto: T1805570
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